Antes de mais nada, passamos apenas um dia em Belém, Palestina. Contamos aqui que senti falta de mais tempo na cidade, mas para uma primeira visita foi o tempo de tivemos.
Neste ponto, as principais atrações turísticas da cidade do nascimento de Jesus, como chegar e especialmente o que conhecer em uma cidade tomada pela arte e religiosidade.
Atrações religiosas
Um dia em Belém
Inicialmente, chegamos a Belém a partir de um ônibus comercial que partiu de Jerusalém. Campos irrigados, cidades erguidas em colinas e muitos prédios em tonalidades bege, pelas pedras utilizadas e pela pintura, davam a tônica das colônias judaicas na Palestina.
Inesperadamente, na saída de Jerusalém, nenhuma parada militar, o que somente aconteceria no retorno. O ônibus nos deixou em um ponto desértico, no meio de uma avenida da cidade. De início, nenhuma placa ou viva-alma para os orientar.
O escritório de turismo, vimos depois, está há menos de dois quilômetros dali. No ponto de ônibus apenas taxistas tentando nos convencer a fazer um tour embaixo do sol inclemente.
– Temos ar condicionado, temos ar condicionado! Cedemos como cordeiros, mas não sem alguma pechincha.
O primeiro ponto do tour foi o Campo de pastores, próximo a Belém, em Beit Sahour, esse lugar aparece desde o velho testamento. É considerado o primeiro lugar que recebeu o anúncio do nascimento de Jesus.
Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho. E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.
Lucas 2 (8-12)
Senti falta de guias ou mesmo placas informativas. Há apenas uma gruta e uma Igreja Grega no lugar e tem-se uma vista bonita para o campo.
Ainda que tenha uma importância indiscutível como o primeiro lugar em que se percebeu o nascimento de Jesus pelos três pastores, muitos anos antes, a Bíblia já noticia que Davi fora ungido por Samuel e Rute (bisavó de Davi) semeava nesse mesmo local.
As reminiscências de um passado tão distante e, ao mesmo tempo, tão presente em nossa realidade ocidental judaico-cristã é, no mínimo, curiosa e intrigante. Impossível evitar o pensamento de que essa terra tenha realmente algo de raro e singular.
A gruta do leite
Esse lugar realmente me emocionou. Principalmente por ser considerado a caverna que abrigou a Sagrada Família durante o chamado “Massacre dos Inocentes”.
A gruta do leite emana paz, no que contrasta com o muro erguido logo à sua frente, mais um dos muros que permeiam toda belém. O arame farpado me faz questionar se essa família de imigrantes palestinos conseguiria abrigo hoje?
No fim das contas, a mesma humanidade que nos faz crer no impossível, nos faz duvidar.
Ainda no lugar há um ponto em que se credita ter sido derramada uma gota do leite de Maria, enquanto ela amamentava, dando mais sacralidade ao local.
De igual maneira, indico a visita ao exterior da Gruta do Leite, já um patio externo muito agradável com bancos sombreados e uma vista interessante do cemitério da cidade e das montanhas.
A Igreja da Natividade
O ponto mais esperado de que visita Belém e muitos se limitam a conhecer apenas esse e embarcar de volta à Jerusalém em um ônibus de turismo, é a Igreja da Natividade.
Infelizmente, uma grande parte da Igreja estava em reforma e ofuscou os mosaicos cuja beleza vimos apenas de relance por um pedaço descoberto.
A Igreja da Natividade foi construída em 326 d.C e reconstruída com poucas alterações em 530. Possui uma caverna em seu interior que é creditada como o local em que Cristo nasceu.
Uma fila enorme se forma todos os dias na entrada da Igreja, sobretudo nas proximidades do Natal, mas o objetivo não é o altar ricamente decorado da Igreja da Natividade e sim a caverna com a estrela no meio que marca o ponto específico onde Jesus teria nascido.
Similarmente à Gruta do Leite, vale a pena caminhar pelos pontos menos turísticos da Igreja da Natividade, seus corredores calmos, os murais e inscrições tão antigos quanto o mundo como conhecemos.
Mas nem sempre a calma perpassou a igreja da Natividade, em 2002, 39 palestinos se refugiaram na Igreja, junto com pacifistas internacionais, religiosos, o que levou ao cerco da Basílica por militares israelenses. O Cerco da Natividade durou 39 dias em que 130 pessoas permaneceram até a saída de forma pacífica.
Praça da Manjedoura
Em frente à Igreja da Natividade há a Praça da Manjedoura, onde está o centro de informações turísticas. Um bom lugar para pegar um mapa da cidade, colher informações comprar souvenir.
Belém tem mais atrações turísticas do que um dia possa comportar. Recomendo dois dias de viagem, com uma dormida em frente ao muro, se possível. No dia seguinte, eu iria no Velho Souk, no Centro da Herança Palestina e nos Tanques de Salomão.
Infelizmente, não é possível visitar os Túmulos Hebreus antigos porque estão separados pelo muro.
Dicas práticas
Como chegar em Belém a partir de Jerusalém
Em frente ao portão de Damasco há um grande estacionamento de ônibus. Há placas com as remunerações e destinos. A Passagem custa 7 chekel. Compra-se no próprio ônibus com o motorista. Ônibus 231 deixa no final de linha de Belém.
Na volta o turista não precisa descer do ônibus, percebemos que alguns homens desceram do ônibus com papéis brancos, que nos pareceram vistos/autorizações. O motorista nos sinalizou que deveríamos permanecer no ônibus e entraram dois soldados armados. Não pediram documentos ou se demoraram.
Pedimos para o motorista parar ao lado do portão de Jaffa, era mais perto do que o portão de damasco e fica em frente ao Shopping Mamilla, um dos lugares que gostamos muito em Jerusalém.
Como se deslocar por Belém
O ponto de ônibus para em uma avenida sem atrativos. O centro de Belém fica a 1,8km dali. Contratamos dois táxis por U$150,00 que nos levaram para todos os pontos de interesse.
Certamente há opções mais baratas, algum tour ou mesmo caminhar, mas as notícias do turismo em Belém e das dificuldades de obtenção de renda após o muro nos fez mais sensíveis às necessidades dos palestinos que nos atenderam.
Estivemos na Região em Israel, Palestina e Jordânia, para ler mais sobre esses destinos, clique aqui.
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