No feriadão de Corpus Christi, de 07/06/2012 a 10/06/2012, decidimos aproveitar da maneira que mais apreciamos: pé na estrada. De Salvador a Porto Seguro são 709km, inicialmente pela Br324, passando pela Br101 e Br367. Para o retorno decidimos testar o ferry boat, no total de 611km.
A viagem de carro é bem aprazível, embora muito cansativa, já que dificilmente se passa da média de 70km/h em virtude da quantidade de carretas. A recompensa é uma estrada com várias passagens entre a mata fechada, duas pontes incríveis e curvas em montanhas, onde se pode apreciar a planície. Chegamos em Porto Seguro após mais de 10 horas de viagem, já escurecendo.
Porto Seguro é um polo turístico da Bahia, fazendo parte da chamada Costa do Descobrimento que foi tombada como Patrimônio Natural Mundial pela Unesco em 1999. Especialmente visitada por paulistas e mineiros, o que fica visível pelo número de restaurantes especializados em comida mineira. A quantidade de ônibus da CVC também impressiona, mas como se restringe ao mais do mesmo (leia-se barracas de axé enormes) não nos atrapalhou em nada.
Bem próximo a Santa Cruz de Cabrália, onde Cabral “descobriu” o Brasil (a informação mais óbvia dentre as óbvias: perdoem-me mas vai que alguém faltou às aulas de história do Brasil…), Porto Seguro tem uma arquitetura colonial bem preservada, com casinhas coloridas que servem de abrigo às lojas e bares.
A fama da noite turística em Porto Seguro se concentra na passarela do Álcool. E ela continua a mesma. Visitei Porto Seguro pela primeira vez aos 15 anos de idade (meus pais são habitués do local) e nada de realmente novo me surpreendeu. As mesmas mesas de madeira e garçons com cardápio à mão convocando os clientes – os donos destes restaurantes parecem não perceber que esta técnica mais incomoda do que ajuda.
As mesmas lojas com artesanato local, muitas lojas de artigos orientais, cachaça, pimenta e as camisetas brancas com dizeres engraçados como “Tommy Cachaça” (ao fundo a bandeira azul, vermelha e branca da marca Tommy Hilfiger). Acho que falta um artesanato mais refinado, como encontramos depois em Trancoso.
Ao mesmo tempo, em pleno feriado, mantém algo de cidade pequena, onde se pode caminhar tranquilamente pelo calçadão, apreciar o nascer da lua cheia e ver o mundo passar.
Esta tranquilidade está apenas na orla, do outro lado, a confusão está armada, muitos bares, restaurantes e barracas de capeta animadíssimas, com muitas flores, frutas e drinques encapetados.
Ficamos bem no centro da passarela, no restaurante Colher de Pau (há uma barraca de praia com estes nome, dos mesmos proprietários).
Um camarão crocante, que não é empanado nem à dorê, mas com uma fina cobertura de farinha, frito com a casca, muito gostoso (e calórico, convenhamos…) e cerveja bem gelada.
A noite terminou cedo e não apenas para nós, já que a ameaça de uma frente fria espantou uma boa parte dos turistas.