O dia apareceu com um quase-sol, então decidirmos ir logo ao Pão de Açúcar. Devo comentar que tenho muito medo de altura, mas cogitar não subir de teleférico não estava nos meus planos. O ingresso custa R$53,00 e permite o acesso à primeira e segunda montanha, logo no térreo podemos ter uma noção da grandiosidade dos cabos e maquinários que fazem aquilo funcionar (espero eu) de forma segura. A subida é tranqüila e com os 65 passageiros devidamente acomodados, começou a aventura.
A sensação de quase-morte só acontece ao se olhar para baixo e notar que passamos em cima da floresta da tijuca e tão próximo da pedra na chegada, que parece que a colisão será frontal. Os visuais que se tem da cidade, de diversos pontos, são um deleite para a contemplação. Por isso, reconheço a grata idéia de colocar diversas namoradeiras e espreguiçadeiras de madeira, muito bonitas e limpas, um convite à apreciação sem moderação.
Dali se observa a pista de pouso do Aeroporto Santos Dummond e também se pode observar de perto as manobras das aeronaves para conseguir pousar na pista, muito bom para quem gosta de aviação.
Da primeira montanha partem os vôos de helicóptero que por R$180,00 a R$ 275,00 permitem uma vista panorâmica da cidade e, no segundo preço, uma parada bem em frente ao Cristo Redentor. É obvio que na minha confessada ausência de bravura, nem cogitei enfrentar o passeio.
Para quem ficou em terra, leia-se montanha, nos 8 minutos do passeio de helicóptero, a saída pode ser tomar um mate com abacaxi e menta, chamado graciosamente de Frescão, ou com ovomaltine, também bem gostoso, no Rei do Mate, comer uma salada de fruta ou tomar uma cerveja Colorado no bar convidativo (e um pouco caro), com uma réplica de alambique. O rótulo é um capítulo à parte.
A subida para a segunda montanha é ainda mais emocionante, o paredão é impossível! A chegada oferece uma vista também linda da cidade, mas o mais interessante talvez seja a trilha pela Floresta da Tijuca, devidamente calçada e cheia de mesas e banquinhos. Para encontrar a trilha, basta descer uma das escadas, na saída do teleférico, e seguir por um cabo que auxilia a descida.
Do retorno se observa a aventura do teleférico!
O passeio pelo Pão de Açúcar nos tomou a manhã inteira. Saímos com muita fome direto para o Porcão, que estava lotado! Insistimos na espera e fomos devidamente recompensados por uma carne divina e um atendimento atencioso, um pouco desorganizado, mas atencioso. O rodízio saiu por R$87,00 (não tem a sofisticação do Boi Preto de Salvador, mas a carne é um pouco superior). Para ter uma ideia do público, havia de treinador famoso de futebol a ministro do STF.
Orquídeas pelas ruas, um charme a mais para o Rio de Janeiro.
Às 17horas chegamos, e quase não conseguíamos adentrar pelo horário, ao Teatro Municipal, para assistir a Orquestra Sinfônica Petrobrás, em um conserto para clarineta. O Teatro Municipal é grandioso por fora, mas o seu luxo e beleza internos não transparecem pela fachada. A quantidade de cores dos mármores, a delicadeza dos lustres e do piso de madeira todo em filetes, dispostos um a um como quebra cabeças, nos remontam a outros tempos. Apenas a visita já seria recompensadora, mas o conserto foi excepcional. As fotos vêm depois, pois decidimos não levar a câmera para o centro.
Compramos os ingressos na ingressos.com e não tivemos dificuldade alguma em recolhê-los na bilheteria do Teatro, mesmo em cima da hora.
Do teatro é possível, mas não recomendável, ir à Lapa à pé (descobrimos isso no caminho). Como é bem deserto e com pessoas aparentemente não muito amistosas vagando pelos Arcos, tivemos um pouco de medo, mas nos unimos a um grupo grande que atravessava a praça e chegamos ao reduto da Boemia – LAPA.
É uma avenida com vários bares, tocando samba, choro, muita gente nas calçadas e uma animação envolvente. Preferimos um pouco de calma e ficamos no Bar da Garrafa, onde provamos uma cerveja original quente por R$8,00 e, após um péssimo atendimento, rapidamente decidirmos voltar a Ipanema.
Em Ipanema, fomos à Forneria São Sebastião e como o Porcão tinha deixado marcas no apetite, provamos apenas a pizza com calabresa apimentada e um vinho da casa, Carménere – 2008, todos deliciosos!
Para finalizar a noite com chave de ouro e mergulhar em um clássico carioca, terminamos a madrugana na Pizzaria Guanabara, que, às 3 da manhã nos serviu uma cerveja gelada e uma pizza portuguesa, que ficarão na memória. Uma dica: ao pedir a pizza portuguesa, lembre-se de certificar se é aquela clássica, pois a da casa tem camarão, atum e otras cositas más!
Sem comentários