Para desbravar as praias de Porto Seguro e Cabrália não é necessário muito esforço – estão todas na mesma costa e, embora seja ideal estar de carro, há também transporte público para as praias mais próximas e até Cabrália mesmo.
Como estamos em junho, o tempo não fica muito firme. Logo pela manhã encontramos muitas nuvens e até alguma chuva passageira, mas só o fato de atravessar uma costa a beira mar olhando para passagens deslumbrantes de areia e praia, já é lindo!
Fomos direto ao centro Santa Cruz de Cabrália para conhecer a parte histórica. A cidade é uma típica cidade de interior e nem transparece a sua importância histórica, de capital do “descobrimento” do Brasil.
Santa Cruz interessa por seu centro histórico pequeno, mas muito bonito e preservado e pelas praias. Em direção ao centrinho, à esquerda há um mirante que aponta para as praias de Arakakai, Lençóis e Mutari. Esta é a vista (o dia ainda estava um pouco encoberto).
Subindo à direita, está a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e seu enorme gramado. Se não fosse o penhasco à direita e a posição (ao lado da igreja) das casas coloridas, dava para se imaginar no quadrado de Trancoso.
Neste lindo campo gramado está a Igreja construída pelos Jesuítas em 1630, o cemitério antigo e a Casa de Câmara e Cadeia, que se vê ao fundo.
Existem vários guias logo no pé da ladeira e outros tantos próximo à casa e estacionamento. Decidimos declinar, o sol despontava – praia!
Voltamos em direção a Coroa Vermelha. A praia mais importante de toda a região, já que aqui foi celebrada a primeira missa do Brasil em 26 de abril de 1500.
O lugar é lindíssimo, cheio de coqueiros, com uma areia bem branca e uma longa rua de artesanato indígena atrás.
O índiozinho queria um real por foto, sem direito a errar!
Se as barracas tivessem um pouco mais de estrutura, ficaríamos logo aqui, o sol e os coqueiros nos chamavam.
Como já estávamos com fome e sede e o sol escaldante, decidimos parar na isolada Cabana do Macuco na Praia do Mutá. Se a praia de Coroa Vermelha estava cheia de turistas, a de Mutá é só tranquilidade. Em mais de uma hora que ficamos lá só vimos este casal de turistas e o índio transportando seu artesanato. Na hora de irmos, chegaram outras pessoas para almoçar na barraca.
Sem nenhum luxo, bem rústica – as redes são uma boa ideia, mas ficam muito longe da praia – e bem vazia (a maré não ajudou e trouxe bastante sargaço para a beira da praia). O atendimento estava um pouco lento, ficamos o suficiente para provar um bom camarão crocante (vício da noite anterior) e algumas poucas geladinhas.
Seguimos para a Recanto do Sossego, ainda na Praia do Mutá. Com uma estrutura razoável, mas ainda com as infames cadeiras plásticas, se parece com algumas barracas famosas de Salvador (da época em que existiam barracas de praia). Música eletrônica entremeada de algum ritmo caribenho. Agradável barraca, recomendo.
Para compensar o mobiliário, serviço atencioso e comida deliciosa! Este foi um espetinho de lula.
Sem falar na praia, um escândalo! Esta sou eu como Dorival Caymmi e Jorge Amado “É doce morrer no mar. Nas ondas verdes do mar”
Já meio mareados, de corpo salgado, cabelos desgrenhados, passamos pelo Memorial do Descobrimento.
Lugar bem cuidado, pagamos R$9,00 por pessoa e esperamos mais de 15 minutos por um guia (só é permitida a entrada após a chegada do guia-mirim).
A nossa guia, não era tão mirim assim, deveria ter cerca de 15 anos e nenhuma vontade de estar ali. Nada de informações sobre as espécies nativas como o Guia 4 rodas indicava, falava como um papagaio que decorou o texto, sem qualquer pretensão de ser simpática.
A única coisa interessante era uma réplica da nau de Pedro Álvares Cabral, que vimos em dois minutos, no máximo.
Só indicaria a visita se o dia estivesse muito nublado. Ou melhor em caso de chuva, trovoada, sem possibilidade de praia. Senão, melhor dispensar.
À noite, fomos à Arraial D’Ajuda, que tem a fama de ter uma noite especial. Para quem está hospedado em Porto Seguro, Arraial é como Praia do Forte em relação ao turista de Itacimirim ou Guarajuba, é onde a noite realmente existe. Saindo de Porto Seguro é tranquilo, basta se dirigir ao lado leste da cidade, após a passarela do álcool e pegar uma balsa (R$14,00). Cheia de restaurantes agradáveis, casas noturnas, bares e cafés, na Rua Mucugê se encontra de um tudo. Até uma imensa loja de produtos orientais a Terima Kasih. Impossível não comprar algo, mas, se for o caso, acredite: o passeio dentro da loja compensa.
Na própria Rua Mucugê existem becos todos coalhados de restaurantes e bares. Olha o mapa do site da rua (sim, a rua tem site!). Todos os nomes e pontos são bares, lojas, restaurantes…
No das cores, existe até uma casa de shows, que abriria às 22horas. Nos contentamos com a pizza.
E em dar uma volta no simpático centro de Arraial, que teve o parte do nome herdado em homenagem a Tomé de Souza e os primeiros jesuítas que chegaram na Nau Ajuda, em 1549.
E um pouco de descanso, que amanhã tem Trancoso.
Sem comentários