Ultimamente tem me gerado inquietação a exposição de animais e sua manutenção em espaços como zoológicos e oceanários. Li coisas horríveis a respeito do Zoo de Luján em Buenos Aires, em Cartagena havia notícia dos maus-tratos aos cavalos utilizados pelos charreteiros e em Marrakech vi camelos em situações bem degradantes.
Bom mesmo é vê-los assim, livres…
Mas, ao mesmo tempo, conheci outras faces da mesma moeda, como o Elephant Santuary na África do Sul que recebe animais sem condições de retorno à vida selvagem, que não se adaptaram aos parques, sofreram maus tratos ou que foram recuperados de circos e outras situações degradantes.
No Elephant Santuary havia espaços para os elefantes mais dóceis e os mais selvagens ficam em área separada, sem contato com os turistas, em uma área enorme – sequer se vê o final do terreno. Também foi muito interessante perceber que, apesar de permitirem que se monte no animal, tal acesso se dá em um tempo muito reduzido e em espaço também curto.
Toda esta introdução para explicar o por quê de termos ido ao Oceanário das Islas Rosário.
O Oceanário e a Playa Blanca, (esta última não conhecemos, motivos aqui), são as principais atrações das Islas Rosário. É interessante ver os animais em piscinas naturais, o que, segundo os instrutores, possibilitam que eles sintam as alterações da vida natural, como temperatura da água e mudanças climáticas.
Os tubarões participam de um pequeno show de comilança com sardinhas, avançando a plataforma e tentando pegar os peixes antes das garças. Folgadas, as garças estão por toda parte do oceanário.
Esta garça foi sortuda, já soube de episódios em que os tubarões tiveram uma refeição a mais…
Os espaços são como piscinas naturais, com peixes, tubarões e tartarugas. Também há show com golfinhos, bem curto e bonito. Não há cercas altas, então percebemos que os golfinhos, assim como os pássaros, estão ali condicionados pela comida, o que é triste, mas ao mesmo tempo, melhor do que paredões que impeçam a fuga.
Na parte interna, temos aquários com diversas espécies marinhas, na parte externa, há uma praça de alimentação simples, com opção de água de coco, pizza, sanduíches. O local é agradável até para ver o tempo passar…
Mas o que chama mais atenção é o curto show dos golfinhos.
Talvez o problema não seja a existência de oceanários, parques ou zoológicos, mas a forma com que eles lidam com os animais, as finalidades a que servem e o objetivo de sua existência.
A interação com animais pode servir como mais um instrumento de exploração, mas também para que possamos conhecer e nos sensibilizarmos com a causa ambiental, muito mais ampla do que a discussão sobre a existência destes estabelecimentos.
Ao menos em mim, esta experiência nas Islas Rosário provocou o interesse de conhecer mais sobre o assunto, tema que me mobiliza cada dia mais.
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