Viagens Invisíveis

Museus imperdíveis em Viena – Belvedere e Albertina

Viena é muito conhecida como a cidade imperial, também lembrada como cidade da música, mas a vida cultural vai além da arquitetura e música. Dois museus imperdíveis em Viena, Belvedere e Albertina, mostram que nessa cidade tem muito a se descobrir.

Esse post faz parte da Blogagem Coletiva #MuseumWeek2018 de blogueiros da RBBV, onde vários blogs indicam museus imperdíveis pelo mundo

Embora muitos pensem em Mozart, quando eu pensava em Viena me vinha três nomes à mente: Klint, Schiele e Freud. Dois artistas plásticos excepcionais e Sigmund Freud, sim, o criador da psicanálise. Estando em Viena é uma oportunidade única de conhecer mais sobre a vida dos dois pintores e de uma personalidade tão importante para o conhecimento sobre a mente humana. Neste post, trago os dois Museus que mais gostei em Viena, o Albertina e o Belvedere. O pequeno museu-casa de Freud, que também fica na cidade, estará em breve no bloguinho.

O antigo e o novo no Albertina, Viena, Áustria

É possível conhecer os dos museus em um único dia. São 2 km de caminhada passando por vários atrativos, como a Ópera, o Naschmarkt, a Secessão, a Karlskirche e o monumento ao exército vermelho. Preciso alertar que tem uma ladeira bem íngreme até o Belvedere, então se não tem condicionamento físico melhor pensar em outra opção, como táxi ou uber.

Palácio Belvedere

O Belvedere é mais do que um Museu, é um verdadeiro palácio. Com direito a dois jardins bem desenhados, com uma vista linda para toda Viena, vale a pena conhecer. O Belvedere não é tão bem localizado como o Albertina, que fica próximo de vários pontos turísticos, como a Ópera, o Hotel Sacher e o Burggarten, mas tem uma obra inescapável em uma ida a Viena – O Beijo de Gustav Klimt. Talvez a obra mais icônica da cidade e do artista, ele está em um local de destaque e é muito mais lindo e delicado do que qualquer foto possa apresentar.

A obra mais importante do Belvedere, Viena, Áustria, O Beijo

Além de O Beijo, há outra obra icônica do artista, Judith I, que foi recentemente colocada nos holofotes com o filme A Dama Dourada com Helen Mirror, de 2015, em que a personagem principal afirma que a Judite do quadro é sua tia. O quadro teria sido roubado durante a 2ª Guerra Mundial. Para quem gosta de Gustav Klimt e arte vale a pena assistir.

Ninfas no Belvedere, Viena, Áustria

Outro artista que me impressionou muito no Belvedere foram os bustos de Franz Xaver Messerschmidt, um escultor vienense do século 18, que chegou a ser escultor da família imperial (há estátuas da Imperatriz Maria Theresia e seu esposo Franz Stephan na entrada do Belvedere, assinada pelo artista. Com o passar do tempo, alguns sintomas de doença mental começaram a ser percebidos, coincidindo com o período em que esses bustos foram produzidos. São expressões de espanto, susto, riso contido, raiva, rancor, parece uma vitrine de sentimentos, todos muito vigorosos. Um retrato do ser humano, com o que ele tem de mais assombroso e admirável.

Os bustos de Franz Xaver, Belvedere, Viena, Áustria

 

Voltando ao prédio, esse impressiona pelo luxo e detalhes de seus pilares, lustres, papéis de parede e piso de madeira entalhada. Na primeira sala, logo à entrada do prédio principal, o Upper Belvedere (Oberes Belvedere), há a sala terrena, com esculturas imensas de Lorenzo Mattielli segurando como pilares. O branco do mármore e do gesso contrasta com as luminárias negras, dando dramaticidade ao ambiente. O Palácio foi construído para o príncipe Eugênio de Savoia, no início do Século XVIII.

Paredes do Belvedere, Viena, Áustria

É Patrimônio Mundial da Unesco e um enorme complexo que inclui o Belvedere Superior e Inferior, o jardim principal, o jardim com o lago e o jardim privativo. No prédio principal, são

Uma das salas do Belvedere, Viena, Áustria

Os jardins do Belvedere foram desenhados em estilo francês e possui três níveis. Ladeado por esfinges com corpo de leão e cabeça humana. Se tiver tempo, recomendo descer por eles até o Lower Belvedere, que guarda os quartos do príncipe Eugênio e uma exposição de arte medieval.

Jardim do Belvedere, Viena, Áustria

Dicas práticas

Ingresso – O ingresso custa E$15,00, nós pagamos E$ 12,50, pois possuíamos o Vienna City Card, que dá desconto em praticamente todos os museus e atrações da cidade. Audio guia – E$4,00

Funcionamento Todos os dias das 9h às 18h, às sextas até as 21h

Museu Albertina

O Museu Albertina impressiona em superlativo. A localização é muito central e pode servir de base para qualquer roteiro. Comecei pela Estátua de Mozart, cartão postal do pequeno e formoso jardim chamado Burggarten, que fica ao fundo do Albertina. Caminhando um pouco, chegamos à Fonte Danúbio e à entrada do museu, impossível se distrair, já que o teto com 64m de altura, inteiramente em titânio, protege a entrada dos passantes, da chuva e do sol.

Estrutura de Titânio e o Arquiduque Alberto no cavalo – entrada do Albertina, Viena, Áustria

A estrutura foi projetada por Hans Hollein e inaugurada em 2004, no final do processo de restauração pelo qual passou o edifício. Eu achei lindo demais!  É tão raro ver uma estrutura moderna ser ao mesmo tempo funcional e leve, em meio a tantos edifícios históricos e perfeitamente restaurados.

Instalado em um palácio de 1744, que foi dos Habsburgos, a família imperial mais famosa e longeva da Áustria. Os Habsburgos ficaram nada mais do que 640 anos no poder, de 1278 a 1921, e o fim do império foi acelerado pela morte do herdeiro e Arquiduque Francisco Ferdinando, estopim da primeira Guerra Mundial.

Corredores do Albertina, Viena, Áustria

O Palácio foi propriedade do Arquiduque Alberto de Sachsen-Teschen, esposo de Maria Cristina, filha da imperatriz Maria Teresa, a grande imperatriz.

Foi Maria Teresa em implantou diversas reformas, educacionais, religiosas e administrativas, além de enfrentar a cobiça e desconfiança de muitos países pelo seu trono, por ser a única filha do imperador. Próximo ao Museumsquartier há uma praça e uma estátua imensa em sua homenagem.

Até a escada é atração no Albertina, Viena, Áustria

O Palácio tem salas magníficas, mas o ponto forte do Museu é o seu acervo. A propaganda é verdadeira, encontramos de Monet a Picasso em suas paredes.

Picasso, Albertina, Viena, Áustria

São obras de muitos dos grandes artistas da história moderna e da arte contemporânea. A exposição permanente possui preciosidades como Young Woman in a Shirt (1918) de Modigliani.

Modigliani, Albertina, Viena, Áustria

Mas felicidade eu posso descrever com encontrar uma exposição enorme de Egon Schiele, o grande artista expressionista da Áustria. Eu fiquei fascinada pela obra dele, que conhecia muito superficial. São pequenos quadros, mas muito intensos, de mulheres, garotas e, principalmente, auto retratos. O Albertina tem alguns quadros na exposição permanente, mas foi uma maravilha encontrar tantas obras juntas.

Schiele, Albertina, Viena, Áustria

O artista faleceu em 31 de outubro de 1918, então para esse ano de 2018, certamente muitas homenagem serão feitas na cidade de Viena. Para ver as exposições futuras na data da sua viagem, clique aqui.

É possível visitar a maioria das obras, neste link oficial, com a coleção de um dos museus imperdíveis em Viena.

Dicas práticas

Ingresso – O ingresso custa E$12,90, nós pagamos E$ 10,50, pois possuíamos o Vienna City Card, que dá desconto em praticamente todos os museus e atrações da cidade. O audio-guia é gratuito

Funcionamento Todos os dias das 10h às 18h, às quartas e quintas até as 21h

Para essa viagem tivemos o apoio do Viena Turismo, que nos cedeu gentilmente o Vienna Card e diversos materiais gráficos sobre a cidade. Todas as opiniões trazidas no blog refletem nossa vivência e experiência na cidade.

Quer se hospedar em Viena? Ficamos em um lindo apartamento na cidade, reservado pelo Booking.

 

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