Contamos a nossa vivência em hotéis na África do Sul. Hospedar-se em um hotel pode ser uma experiência marcante, para o bem ou para o mal, lá passamos pelos dois momentos.
Onde impera a gentileza:
Cidade do Cabo – An Africa Villa
Chegamos no An Africa Villa já em alta noite e fomos recebidos por um solícito funcionário que nos apresentou todo o pequeno hotel, sala de estar, jantar e a geladeira. Sim! É isso mesmo, no An Africa Villa, entramos na cozinha, acessamos a geladeira, pratos e talheres, como se tivéssemos na nossa própria casa, com todo o aconchego.
Claro que o acesso às bebidas e comidinhas na cozinha não é gratuito, mas muito barato. Só para dar uma ideia do que chamo de muito barato: uma garrafa de 750ml de vinho custava R$12,00, batatas onduladas, amendoins, sucos, refrigerante e sanduíches frios, tudo com valor bem camarada 😉
Os quartos são enormes, o banheiro maior ainda, com duas bancadas e chuveiro apartado da banheira, o que adoro, pois sempre fico com medo de escorregar com o chuveiro dentro da banheira. Internet free em todo o Hotel e um pequeno escritório com garrafa elétrica e sachês de chá e café. Ah, as maçãs verdes são reais!
O An Anfrica Villa não é um hotel cinco estrelas, é bem pequeno, com 12 quartos, mas a gentileza e beleza são de um hotel boutique. A localização também é interessante – fomos à pé para o Centro da Cidade do Cabo, mas, ao mesmo tempo, está em uma tranquila rua residencial.
Onde a beleza supera a gentileza
Knysna – The Rex Hotel
Quando chegamos em Knysna ficamos encantados com o The Rex Hotel, desde a entrada, seus sofás ao lar livre, lindas gaiolas penduradas, lojas de design e decoração circundando o espaço do hotel e tudo com um ar de simplicidade e beleza.
A cozinha completa integrada ao quarto, o sofá confortável, a varanda… parecia que estávamos em um loft onde poderíamos passar muito mais do que os dois dias de viagem. O que faltou de gentileza? Internet livre (era caríssima) e café da manhã incluso. Uma pena, tão pouco para ser perfeito… Em compensação, a Le Petit Pan estava ali logo ao lado…
Interessante e correto
Port Elizabeth – Radisson Blu
Sempre achei os hotéis cinco estrelas de grandes redes frios. Por isso prefiro pequenas pousadas ou hotéis boutiques. O Radisson Blu de Port Elizabeth estava com um preço ótimo e ficava em frente ao mar, por isso decidimos ficar por lá.
E não nos decepcionamos, bem moderno, com um janelão de vidro e uma vista linda, tinha as comodidades e a beleza da rede Radisson. Tudo bem, não tinha o aconchego dos dois acima, mas o atendimento não teve retoques.
Uma pequena casa de campo
Addo Elephant Park – Kuzuko Lodge
Tivemos alguns problemas como overbooking e solicitar o reembolso da diária como oferecido por e-mail, mas foram resolvidos com atenção e presteza. O local é muito bonito, rústico mas elegante e encravado na savana.
Os chalés dão vista para uma amplitude de vegetação (onde vimos zebras…) e tem um banheiro excelente, com chuveiro separado e banheira com vista. Poderia ter uma calefação melhor, já que passamos um pouco de frio.
E por falar em gentileza, onde anda você?
Franschhoek- Ashbourne House
Tudo parecia perfeito. Um pequeno hotel boutique em um vilarejo no cabo oeste da África do Sul.
Poucos quartos de decoração eclética, espaçosos, mas simples.
Só esqueceram de nos avisar que os proprietários eram intolerantes a imprevistos. Lá vivemos uma situação que pode ser chamada de, no mínimo, tosca.
Franschhoek é conhecida como uma cidade de vinhedos, o principal (e único) atrativo são os vinhos. No site do hotel há uma garrafa de vinho ao lado da foto da propriedade. No texto do site, propagandeiam: “Há nada menos que 26 propriedades produtoras de vinho dentro de dois a vinte minutos”.
Pois bem, um dos nossos amigos se excedeu na penúltima noite de viagem, não fez bagunça, não chamou atenção, apenas sujou o banheiro (vomitou). O banheiro tem o chuveiro em uma área separada, então, podemos dizer que ele sujou um espaço de 2m².
No dia seguinte, partimos para um passeio já programado e acertado com o próprio hotel. Ao chegarmos, fomos surpreendidos. Um dos proprietários procurou minha amiga aos gritos, dizendo que tínhamos um grande problema, que o quarto estava nojento. Levou o casal e a amiga até o quarto, enquanto, completamente fora de si, dava gritos e exclamações.
Inicialmente, disse que teria que trocar meus amigos de quarto, o que eles negaram, já que não havia necessidade, que poderiam ficar no quarto, que poderiam pagar um excedente pela limpeza.
Ainda assim, o proprietário os obrigou a efetuar o pagamento antecipado das diárias e cobrou uma diária a mais. Sim, isto mesmo, cobrou U$150,00 a mais pelo banheiro sujo.
Eramos 3 casais e demoramos para digerir o acontecido.
Hoje vejo que deveríamos ter reagido com mais ênfase, não aceitar a forma com que nossos amigos foram tratados. Afinal, ter um hotel significa saber lidar com imprevistos. Afinal, estávamos em um local cujo atrativo é a bebida alcoólica … Inimaginável.
E se fosse uma mulher grávida, e se fosse alguém que comeu algo estragado?
Não tenho palavras para esta falta de tolerância e educação dos proprietários do Ashbourne House.
Gentileza é prerrogativa para quem decide trabalhar com turismo e hotelaria, e gentileza é uma qualidade que está a quilômetros de distância deste “hotel” “boutique”, talvez lá, bem longe, na Cidade do Cabo.
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