Na Cidade do México, o dia seguinte ao dos mortos é o dia dos zumbis. Mas isso só viver o dia 03 de novembro em México DF me fez saber.
A programação do dia era o Bosque de Chapultepec e, se desse tempo ir ao centro. Seguimos à pé e cerca de 3km depois, chegamos a Chapultepec, passando pelo arborizado e limpo bairro de Condessa.
Nos arredores do Bosque de Chapultepec
Quando não sabíamos que era do dia dos zumbis
Chapultepec é grande parque que concentra a maior parte das atrações de lazer dos mexicanos.: Jardim Botânico, Jardim Zoológico, vários Museus, um Castelo, Lagos para andar de pedalinho.
Além de todas essas atrações, muitas, muitas barracas e outras tantas crianças correndo para todos os lados, com os pais segurando com um cordão (que eles chamam de cinto de segurança, mas parece uma coleira amarrada pela cintura).
Antes de chegar ao Bosque, vimos o monumento aos niños heróis, dedicado aos 06 jovens cadetes que resistiram ao ataque na invasão dos EUA ao México. Protegidos pelo Castillo de Chapultepec até a tomada do mesmo, foi o primeiro monumento que vimos.
O destino era o Museu de Antropologia, mas como só aceita pagamento em espécie, passamos pelo Paseo de La Reforma, uma larga avenida e centro financeiro da cidade, com praticamente todos os bancos.
No caminho havia um monumento com um memorial do dia dos mortos. Os funcionários da limpeza, pareciam estar retirando as homenagens, mas, em verdade, só estavam separando o orgânico (comidas e bebidas) que as pessoas deixaram como oferenda aos mortos.
Essa flor laranja é tradicional e está em todas as homenagens. Frase sábia esta: “Si tu muerte no me duele, mi vida no me sabe”
Museu de Antropologia
O Museu de Antropologia na Cidade do México é o maior da América Latina e concentra a maioria dos artefatos mexicanos. Muito do que está guardado veio de achados arqueológicos, no Templo Mayor (centro da Cid. México), em Teotihuacán e outros pontos.
Uma dica importante: Não perca tempo nas primeiras salas à sua direita.
Embora estivesse ocorrendo uma exposição até interessante de um artista contemporâneo na primeira sala, as demais parecem feitas para excursões escolares, com maquetes e bonecos que simulam a história do homem e das tribos mexicanas.
Acontece que o Museu tem outras tantas coisas muito mais significativas, na parte final. Então, adentre logo para a porta em frente a este Pilar que sustenta 84m de extensão, obra de Pedro Ramírez e considerada a maior estrutura do mundo sustentada por único pilar.
Começando logo por Teotihuacán se tem dimensão da relevância do que está sendo exposto no Museu. Esta escultura estava na entrada da Pirâmide da Lua e(300-800 d.C), representando a deusa Chalchiutlicue, das águas horizontais, como lagos, lagunas, rios. Incrível!A perfeição das máscaras cerimoniais, produzidas com todo o tipo de material, de quartzo de rocha a madrepérola, de obsidiana a madeira.
Quando fui tirar essa foto a máquina sinalizou “detectando sorriso”
Até a principal atração do museu: O calendário Maia, supostamente responsável pela previsão do fim do mundo em 21 de dezembro de 2012
“O tempo era a base da religião maia. Eles acreditavam que este mundo era apenas um entre uma sucessão interminável de mundos, cada um deles destinado a terminar com um grande cataclismo, sendo em seguida sucedido por outro. Essa qualidade cíclica possibilitava prever o futuro conhecendo o passado, por isso dedicavam tanto tempo aos estudos. Quase todas as cidades eram construídas levando em consideração o movimento dos astros (pg. 134). Segundo os astrônomos mais a presente era começou no ano 3114 a.c, devendo estender-se até 2012. Assim, pelo calendário maia, estamos a poucos anos do fim do mundo, que deverá sucumbir vítima de terremotos e erupções vulcânicas”
Airton Ortiz
Segundo informações de um guia que pescamos durante a visita do museu (coisa feia, eu sei….) esta interpretação é equivocada, já que, em verdade, o que acontecerá em 21.12.2012 será o encerramento de um ciclo para o início de outro, melhor para a humanidade.
Outra importante atração do museu é este vaso de obsidiana, representando uma macaca grávida que segura o próprio rabo (como eram criativos estes astecas) segundo o guia folha “representa o vento carregado de nuvens de tempestade que darão origem ao crescimento e a fertilidade”. Hã, hã… Não pude aferir qualquer consideração sobre isso, não tenho esta inteligência.
O que posso dizer ser verdadeiro é o pensamento de Octavio Paz ” El arte sobrevive a las sociedades que lo crean”. E com toda a destruição que os espanhóis e sua Igreja causaram à arte pré-colombiana, ela ainda sobrevive, refletindo os olhos preparados para lhe admirar, fazer pensar e, às vezes, mudar a vida das pessoas, como toda arte principia
O livro de escrita raríssimo, já que a grande maioria foi queimada, retrata os conhecimentos sobre astronomia, a contagem de dias da semana
No final do Museu há uma loja muito bonita, com estas Catrinas à venda.
O Bosque de Chapultepec
O objetivo era o Castillo de Chatpultepec. Depois de uma subida considerável, pudemos ter esta vista da cidade e do monumento aos meninos heróis.
O Castelo é lindíssimo e hoje abriga um Museu de História Nacional, mas o que interessa, em verdade, são os murais, vitrais e o lindo jardim no terraço.
Essa parede de vitrais retratam cinco deusas da antiguidade.
Centro da Cidade do México
Após a visita decidimos ir almoçar no centro. Pegamos o metro e logo chegamos à Sanborns (uma loja de departamentos com restaurante), onde provamos um drink Catrina (bem doce) e uma michelada de Boemia Chocolate;. Michelada é a mistura, muito comum por aqui, de cerveja com sucos de fruta.
Pedimos a Carne Assada a Samborns e Tacos de Camarão. O cheiro e sabor das tortilhas ainda não nos convenceu. Não é que seja ruim, mas, definitivamente, não é gostoso. E tudo, tudo, mesmo o que eles dizem não ser apimentado, é. Acredite.
Quando saímos em direção ao Palácio de Belas Artes, percebemos a rua cheia de jovens, a grande maioria fantasiados, como em um Halloween. De repente, gritos, apitos, música, e várias pessoas passando juntas pelas ruas.
Inocentemente perguntei a uma garota: o que é isso, no que, com olhar de espanto, respondeu: Ora, é a marcha dos zumbis! Ok, então.
O dia dos zumbis e a marcha
Com o esplendoroso Palácio em frente,decidimos seguir com os zumbis e conferir se eram mesmo os mortos de ontem que retornaram.
Passamos pela Dulceria de Celaya, onde comemos alguns doces de leite maravilhosos. Afinal, não estamos mortos.
As famosas caveiras de açúcar, que eles vendem.
Quando chegamos ao Zócalo, onde havia palco e uma exposição de carros alegóricos, representando monstros, muito divertida! As crianças vestidas de zumbis, com seus pais, também vestidos de zumbis.
Logo, o Zócalo virou um verdadeiro carnaval, carros alegórico, muita gente fantasiada passeando em clima festivo.
E voltar para o Hotel com o metrô cheio de zumbis… Acho que terei pesadelos esta noite.
O México é um país riquíssimo em sua cultura, quer ler mais sobre esse destino? Dá uma olhada nesses posts. A Cidade do México também tem posts só seus, pode olhar aqui.
1 Comentário
Dia dos mortos em Mixquic, Cidade do México - Viagens Invisíveis
9 de dezembro de 2018 em 21:14[…] conhecer mais sobre o México? Além do dia dos mortos, participamos também do dia dos zumbis. Temos vários posts legais sobre a Cidade do […]