Muitas pessoas são apresentadas San Juan por apenas algumas horas, vindo de navios que cobrem o Caribe. Por isso sugerimos um roteiro de um dia inteiro no centro de San Juan, com as atrações históricas mais importantes. A cidade merece dois ou até três dias, mas se tem pouco tempo: vem comigo!
Vista das muralhas que rodeiam quase todo o centro histórico de San Juan, Porto Rico
A capital de Porto Rico, San Juan, parece a irmã mais velha de Cartagena, na Colômbia. Tipicamente caribenha, o centro histórico encanta com seu casario conservado, fortes imensos e catedrais espanholas.
Só que, enquanto Cartagena é pura pimenta, San Juan nos remete a uma piña colada bem gelada, enquanto o cheiro do sal do mar chega ao nariz.
É o trópico sem a nudez da América latina, é um caribe europeu ou americano do norte.
Gostamos muito de Cartagena por sua atmosfera crua e a impressão de que a qualquer momento algo fantástico poderia nos acontecer naquela cidade.
Em San Juan, a impressão é exatamente oposta, que passaríamos pela cidade e que tudo continuaria igual, como permaneceu desde 1521, quando o espanhol Ponce de León a fundou.
Mas não pensem com isso que San Juan é tediosa, ela só é limpa e calma, sólida.
Os pontos principais do centro de San Juan
Vale a pena fazer longas caminhadas por suas ruelas, se espantar com a altura e imensidão do Forte Del Morro e tomar uns coquetéis nos vários bares do centro, como na Barrachina, onde a piña colada, mistura de abacaxi, coco e rum, foi criada.
O nosso roteiro começa no Forte São Cristóvão, hoje o menor (várias demolições foram feitas para o crescimento da cidade). Se viajar em abril, vale conferir as simulações de guerra feitas nos fortes, demonstrações de tiro de canhão, artilharia, como uma encenação de quando os espanhóis se defenderam dos ingleses que tentavam invadir a cidade em 1797.
O Forte ou Castillo de São Cristóvão foi construído entre 1634 e 1783. A sua entrada é uma construção admirável, e, apesar de ser um forte militar, vemos um bonito acabamento nos tetos e as guaritas resistindo à força das ondas. A mais perigosa delas é chamada “garita del diablo” que fica praticamente sobre o mar.
Do forte de São Cristóvão pode-se ir até o Forte Del Morro, porém é um caminho longo pela avenida Norzagaray, cerca de 30 minutos, que em um dia de calor, pode não ser agradável.
Então que tal aproveitar a sombra dos casarios e passear pela arquitetura de San Juan, tombada pelo Patrimônio Cultural da Unesco?
A Praça Colombo está bem perto, com restaurantes e bares por todos os lados e até uma Starbuks. Cristóvão Colombo foi o primeiro navegante português que chegou à Ilha de Porto Rico, por isso sua estátua e o nome da praça.
Em 11 de outubro de 1492, às nove da noite, Cristóvão subiu no mastro principal da Santa Maria, envolveu o braço direito na corda grossa para não perder o equilíbrio e cravou a vista no horizonte escuro. Embora não houvesse lua cheia, a lembrança do sol tenaz da tarde ainda flutuava no ar e lhe permitia ver as aprazíveis ondas do mar. Ali permaneceu quarenta e cinco minutos, sem mexer a cabeça ou fechar os olhos. Alguns tripulantes levantavam a vista receosa de vez em quando, mas não tinham certeza se meditava, orava ou examinava uma e outra vez, como era seu costume, o mesmo ponto do horizonte inacabável.
Luis López Nieves, “O grande segredo de Cristóvão Colombo”, Antologia Pan Americana, Record, 2010.
Da praça Colombo pode-se escolher entre a Calle San Francisco e a Rua Fortaleza, ambas com lojas instaladas no casario, restaurantes e travessas estreitíssimas ligando uma à outra. Nas lojas é possível se comprar prata, rendas, antiguidades… Só achei tudo um pouco caro, já que San Juan tem como moeda o dólar americano.
Preferimos seguir pela Calle São Francisco, onde fica a Praça de Armas. Mais acanhada do que outras praças de armas de cidades latinas, porém com uma intensa vida social, vimos senhores jogando xadrez, crianças brincando nas fontes.
Em frente está o hotel Four Seasons, que ocupa quase um quarteirão em um bonito prédio histórico.
Bebidinhas e cositas más…
No caminho para a Rua Fortaleza está uma pequena loja perfeita para comprar lembranças originais de Puerto Rico – Mi Pequeño Puerto Rico .
Sugiro ver os cartões postais pintados à mão pelo artista Nico Thomassin, azulejos com o casario e gatos, já que San Juan ama e cuida de seus gatos de rua (veja aqui).
Para abrir o apetite, que tal um Mojito com rum portoriquenho? No bar Leblon Caipirinhas tomamos o melhor mojito da viagem.
O rum é levado tão a sério no país que, além de ser a origem de sua marca mais popular – a Bacardi, tem um museu a Casa Bacardi e tours pela cidade provando os melhores drinks feitos com o destilado.
O bar fica uma rua muito agradável, com mesas nas calçadas e vista para as muralhas e o mar, logo após a Praça de Armas.
Com fome? Seguindo para a Rua Fortaleza está o restaurante tradicional Barrachina’s, onde também há uma fina loja de souvenires, joias e charutos. Comemos bem lá, eu provei um Mofongo, prato tradicional feito com uma massa de banana verde e frutos do mar e o marido foi de peixe frito, que também estava bom. Para acompanhar a famosa piña colada, que dizem ter sido criada ali.
Saindo do Barrachina’s, no quarteirão anterior ao final da rua Fortaleza está o Parque Pigeon’s, um segredo de San Juan, pois não encontramos informações sobre este parque em nenhum guia ou site.
Parece que é o local da velha San Juan preferido dos locais, vimos vários com suas crianças comendo algodão doce, passeando e alimentando os pombos, aos montes no local.
O parque dos pombos oferece uma vista maravilhosa do porto da cidade, além de uma capela ativa, cheia de velas e pedidos.
Na Calle Santo Cristo, onde fica o parque, também há bares animadíssimos, perfeitos para tomar uma cerveja no meio da rua, fechada para carros.
Descendo a Rua Tetuan, ao lado esquerdo da Capela de Santo Cristo está o pedacinho que mais me agradou em San Juan, uma pequena rua muito arborizada em frente a um passeio com bancos, perfeitos para observar o mar e o Paseo de La Princesa, a avenida de pedestres de San Juan. Poderia passar horas ali, mas seguimos em frente afinal tínhamos apenas 02 dias em San Juan.
No Passeio da princesa aos domingos à tarde há uma animada feira com salsa ao vivo, barracas de doces (me acabei nos churros e cocadas :)) e muita gente passeando. Aproveite que já tomou alguns mojitos e piñas coladas e não se acanhe, todos caem na dança!
A salsa é o ritmo do país e não nos admiramos de conferir os motivos de Tito Puente, Rick Martin, Jennifer Lopez e Marc Anthony serem porto riquenhos, o gingado está por toda parte!
O por do sol inesquecível
O Paseo de La Princesa está ao final do longo do muro que cerca San Juan, e tem este nome por ser uma antiga avenida ladeada por lindas lamparinas de ferro. Na ponta do paseo está a Fonte Raízes, que celebra a diversidade multicultural que fundou Porto Rico, com representação dos africanos, indígenas e espanhóis.
Inicialmente, é possível caminhar ao lado da muralha até a Porta de San Juan e de lá ir até o Castelo de San Felipe Del Morro, também conhecido como El Morro.
Se é uma aficionada por gatos ou por do sol como eu, pode primeiro seguir pelo lado de fora das muralhas e ver o forte El Morro de baixo (não dá para entrar por lá, pois o acesso estava fechado). Ao longo da muralha há uma colônia de gatos e um por do sol lindíssimo. Olha aqui se não é verdade:
Decidindo subir pela porta da cidade, pode passar pela Praça da Catedral e conferir o lindo hotel do Convento, instalado em um antigo convento (por óbvio) e subir a rua Santo Cristo até as praças São José e Quicentennial, com estátuas e fontes.
A rua San Sebastian, em frente à estátua de Ponce de León na praça São José, ferve à noite.
Um bom lugar para terminar o passeio é a Fortaleza Del Morro, ainda no centro de San Juan e na saída ver o por do sol na grama ao lado, muitos se reúnem ali para encerrar o dia.
O Castelo ou Fortaleza Del Morro foi a primeira fortificação de San Juan. Essa fortaleza, construída em 1533, tinha como objetivo proteger a profunda baia de ataques, principalmente das outras potências imperialistas europeias, como Holanda e Inglaterra.
São seis níveis que podemos acessar, mas o último está fechado para acesso pelo forte, apenas pelo lado externo.
San Juan também tem museus, como o recomendado Museo de Arte de Ponce, igrejas espanholas antigas e uma enormidade de lojas e restaurantes para se conhecer.
Tem os bairros de praia como Condado com seus cassinos e resortes. No interior de Puerto Rico ainda se pode conhecer o Parque El Yunque com cachoeiras e trilhas, as Cavernas do Rio Camuy, as praias de Vieques e a lindinha Culebra.
Infelizmente, só pudemos conhecer o centro de San Juan e Culebra, mas se o querido leitor tiver dicas destes outros lugares ou alguma dúvida, comenta aqui, que vou adorar ouvir!
Dica prática – Para seguir este roteiro só precisa de disposição, um calçado confortável, chapéu e óculos de sol, pois os ambientes abertos, como os fortes, podem ser muito quentes pela falta de sombra e vegetação.
Esse passeio, a ser feito caminhando, é bem puxado, é verdade, mas espero que te faça suspirar pelo centro de San Juan, como fez conosco.
Nossa hospedagem
Em San Juan ficamos em um lindo hotel boutique no centro da cidade. O Hotel Casablanca, fica perto de tudo do centro de San Juan e fizemos todo o roteiro a pé.
Além disso, tem um terraço muito simpático com vista para o casario.
Nesse charmoso lobby ficamos algumas horas ao chegar e também guardamos nossa bagagem para o voo noturno.
Para ler mais sobre Porto Rico, Culebra e San Juan, clique aqui.
Mapa das principais atrações do centro histórico de San Juan, Porto Rico
4 Comentários
Fran Agnoletto
4 de dezembro de 2016 em 14:16O mais dificil será escolher entre Mojito e Pina Colada kkkkk
Adorei o post!
Nosso roteiro incluirá o interior do país. Na volta eu prometo contar tudo.
Beijos,
Fran @ViagensqueSonhamos
viagensinvisiveis
4 de dezembro de 2016 em 14:37Quero ouvir tudo! Não conhecemos o interior 🙁 mas em uma próxima ida a Puerto Rico quero ir no Yunque. Vou acompanhar pelas redes!!
Rogerio Paixao
8 de novembro de 2019 em 10:57Legal o post, obrigado. Só prá controle, aquele animal da foto é uma iguana verde e não um camaleão.
viagensinvisiveis
10 de novembro de 2019 em 11:34Obrigada Rogério! Esses assuntos não são muito a minha praia, já confundi urubu com gavião hahaha