Em 1984, meu pai decidiu levar a família até Foz do Iguaçu ou até a Argentina ou mesmo o Paraguai, o céu era o limite e as fronteiras incertas. Saímos no DelRey azul em uma manhã enevoada do sertão nordestino.
De Senhor do Bonfim/Bahia até Foz do Iguaçu são cerca de 2.800 km ou um pouco mais de 3horas de vôo, mas para nós foi uma aventura de muitos dias, com direito a hotéis de beira de estrada e alguns pesadelos. Assim chegamos em Foz do Iguaçu. À parte da tenebrosa viagem, só me recordo dos quatis, da piscina do hotel e de gostar de sentir a água caindo no rosto em frente às Cataratas.
Quando recebi o convite para participar do Festival de Turismo das Cataratas, pensei que gostaria de sentir esta sensação novamente. E conheci uma outra Foz do Iguaçu.
O principal atrativo da cidade de Foz do Iguaçu, sem dúvida, são as Cataratas do Iguaçu. Elas formam 275 quedas d’água, com altura média de 50 metros e quase 3km de extensão. É de um tamanho e uma brabeza impressionantes!
Por isso, Santos Dumont é considerado o grande patrono das Cataratas e há uma estátua dele em tamanho real em uma das entradas do parque.
Nosso primeiro contato com as Cataratas aconteceu no avião e não tenho nenhuma foto decente para mostrar. Eesta foto foi no celular e está muito aquém do que vimos.
Ao longe, sentados do lado esquerdo da aeronave, vimos uma grande fumaça, que mais próximo foi se transformando em um enorme buraco. Um buraco inimaginável no meio da floresta. Então, se puder escolher, se posicione no lado esquerdo e, faltando 20min para a chegada, gruda na janela! Vale a pena, juro!
Esta primeira visão me fez sair do avião achando que tinha visto uma das maiores maravilhas da natureza dos meus trinta e poucos anos.
E estava certa. Ao chegar nas passarelas, após o ótimo parque das aves, o piso molhado nos avisou: se não quiser se molhar melhor pagar R$20,00 por uma capa de chuva na lanchonete. Não adianta guarda chuva, as gotículas estão por toda parte.
Iguaçu significa “águas grandes” em tupi e as Cataratas são o canion pelo qual estas águas escorrem. Além do parque brasileiro, existe o lado argentino, que segundo me disseram, possui uma visão bem diferente das Cataratas e tem uma passarela que passa por cima delas (observe que a nossa passa embaixo, próxima ao rio).
Existem vários passeios ofertados, como passeio de helicóptero por cima das cataratas, visita noturna, um rafting muito louco chamado de Macuco Safári (O Juntando Mochilas fez um post ótimo sobre este passeio) e trilhas diversas.
Ficamos com vontade de fazer todos, mas, pela falta de tempo, só fizemos o lado brasileiro , que já foi bem legal e deixou um gosto de quero mais! Espero ainda ver as Cataratas com a água bem branquinha, quando não há muitas chuvas na região, conhecer o lado argentino, voar de helicópter, ir à noite… 🙂
O parque brasileiro tem toda a estrutura para o turismo. Vimos três lanchonetes, inclusive esta grande.Uma loja de souvenir lindinha e muitos quatis por toda parte, especialmente próximos da comida.
Para uma visão melhor desta que foi eleita uma das 7 novas maravilhas da natureza, fizemos um vídeo, desculpem por estar com as barras laterais pretas, foi nosso primeiro vídeo gravado com celular.
Uma lenda tupi-guarani explica a origem das cataratas. Afinal, como entender algo tão grandioso, senão com ficção?
“Há muitos anos atrás, o Rio Iguaçu corria livre, sem corredeiras, nem cataratas. Em suas margens habitavam índios caingangues, que acreditavam que o grande pajé M’Boy era o deus-serpente, filho de Tupã. Ignobi, o cacique da tribo, tinha uma filha chamada Naipi, que seria consagrava ao culto do deus M’Boy, dinvindade com a forma de grande serpente.
Tarobá, um jovem guerreiro da tribo, se enamora de Naipi e no dia da consagração da jovem, os dois resolvem fugir para o rio que os chama: – “Tarobá, Naipí, vem comigo!” Ambos desceram o rio numa canoa.
M’Boy, furioso com os fugitivos, na forma de uma grande serpente, penetrou na terra e retorceu-se, provocou desmoronamentos que foram caindo sobre o rio, formando os abismos das cataratas. Envolvidos pelas águas, caíram de grande altura. Tarobá transformou-se numa palmeira à beira do abismo, e Naipí, em uma pedra junto da grande cachoeira, constantemente açoitada pela força das águas. Vigiados por M’Boy, o deus-serpente, permanecem ali, Tarobá condenado a contemplar eternamente sua amada sem poder tocá-la.”
Dados práticos: Aberto de segunda a domingo das 9h às 17h, ingressos com valores diferentes para estrangeiros, brasileiros, residentes locais e crianças (variam de R$43,00 a R$4,00) e podem ser adquiridos pelo site ou no local.
*Viagem realizada a convite do 10º Festival de Turismo das Cataratas – FIT Cataratas