Como era domingo, resolvemos fazer o que a maioria dos turistas fazem aos domingos – Ir à feira de San Telmo (mas ainda não sabíamos disso…)
Fomos em um metrô antigo, todo de madeira, o que por si só já impressionou. Desenhos de Mafalda pelas paredes do metrô e até um santuário:
Quando entramos no Bairro de San Telmo, a total surpresa: San Telmo parou no tempo e eu parei junto. Fiquei tão chocada com a autenticidade e beleza do bairro que emudeci. Isto é o que consegui ver, o invisível só estando lá…
Livros usados em inglês, como uma pessoa consegue viver sem isso?
Enfim chegamos ao Mercado de San Telmo e então percebemos que todos leram os mesmos guias e blogs, dividindo a mesma ideia. Este é San Telmo aos domingos:
Cheio, muito cheio. Exceto se seu prazer é a multidão, não recomendo chegar ao meio dia, ou próximo disso.
Já o mercado de San Telmo tem antiguidades verdadeiramente interessantes, como coleção de caixas de fósforos
Cristais, roupas usadas, empanadas, carnes frescas, móveis e uma fachada bem bonita.
Para almoçar decidimos sair um pouco da bagunça. Fomos então para o restaurante La Brigada, bem cheio, mas conseguiram uma mesa rapidinho. O restaurante possui a fama de ter a carne mais macia de BAs e realmente foi cortada com a colher na nossa frente. As paredes são recheadas de objetos futebolísticos e o dono (ex-jogador famoso) estava lá recebendo os clientes. Bem interessante:
Não pedimos sobremesas, pois iríamos provar mais um dos belos sorvetes de BAs na Nonna Bianca, uma sorveteria com estilo retrô, lindinha. Indicada pelo Buenos Aires Dreams
Para desgastar o doce de leite, seguimos passeando vagarosamente por San Telmo, entrando nas lojas de desing, olhando o artesanato, curtindo as lindas ruas mais afastadas do burburinho da Plaza Dorrego. Na Calle Balcarce, encontrei uma loja de chá e presentes, a Del Limonero, onde provei um chá verde com limão e coco e rapidamente comprei um grande para trazer.
As ruas de San Telmo encantam! Fui mais feliz aquela tarde.
O monumento aos trabalhadores na Av Paseo Colon.
Seguimos a pé até o Parque Lezama, mas antes, tomamos uma quilmes no bar chamado Lezama, onde Ernesto Sábado escreveu – Sobre herois e tumbas, um dos livros que me fez querer conhecer BAs antes de qualquer outra cidade (inclusive Paris). O livro começa assim:
“Um sábado de maio de 1953, dois anos antes dos acontecimentos de Barracas, um rapaz alto e encurvado caminha por uma das sendas do Parque Lezama. Sentou-se em um banco, próximo à estatua de Ceres, e ali ficou sem nada fazer, entregue a seus pensamentos. “Como um barco à deriva em grande lago, aparentemente tranquilo, mas agitado em correntes profundas.”…”
Nós também ficamos sentados, olhando o Parque Lezama, e principalmente admirando um casal que praticava ioga.
Esta foi a posição mais fácil que eles elaboraram.
Bem em frente ao Parque Lezama está a Igreja Ortodoxa Russa – tivemos que percorrer todo o parque, comer algodão doce, olhar as crianças e a feira de roupas usadas, para perceber que estava ali, ao nosso lado. Formidável com suas cúpulas azuis.
Decidimos descer a pé e encontramos esta inusitada recomendação:
O guia da Top 10 de Buenos Aires da Folha, avisa que esta questão é tão discutida nas eleições quanto desemprego e segurança. Então tudo bem, ora pois! Não se paga para entrar no Parque Lezama e é muito utilizado para piqueniques de famílias, vimos várias com crianças de bicicleta e patins, agradável para deitar na grama e ver o tempo passar.
À noite fomos ao Gran Bar Danzón. Se não estivessemos com o endereço, certamente não conseguiríamos encontrar. Fica em uma rua quase sem nenhum outro bar ou estabelecimento aberto, com uma estreita porta e somente ao adentrar percebemos que estavamos no lugar certo. O clima romantico impera- velas e flores na escada, além de um perfume que inundava o ambiente.
Beliscamos, tomamos vinho e saímos muito satisfeitos.
Quer dizer, quase satisfeitos até encontrarmos uma FREDDO ABERTA ÀS 2H!! (próxima à Av. Santa Fe). Compramos quatro bolas e seguimos contentes (e a pé) até o hotel.