Viagens Invisíveis

O bairro do Comércio em Salvador, meu cantinho favorito

Quando o New York Times apontou Salvador como o 14º destino a ser visitado em 2019 e o único do Brasil, não me surpreendi. Salvador é cheia de atrativos: é cultural e histórica, animada e profunda! Decidimos, eu e os quatro blogs mais legais dessa terrinha, mostrar o nosso lugar favorito na cidade de Salvador. O bairro do Comércio foi o escolhido, pois é meu cantinho em Salvador.

Trabalho aqui há 19 anos e ainda me surpreendo, parece um bairro inesgotável, embora pequeno e possível de se conhecer à pé.

Sugiro um roteiro de dia inteiro pelo bairro, subindo até a cidade alta e retornando.

Começamos com uma visita à recém reformada Praça da Inglaterra, de 1918. Ao redor dessa praça, temos edifícios de quase todas as épocas da história de Salvador. Do lado esquerdo vemos o prédio do correio central de Salvador. Em estilo moderno, inspirado em Bauhaus, tem um relógio inglês imenso dos anos 1938.

Praça da Inglaterra, Bairro do Comércio, Salvador, Bahia

Em frente está o Edf. Suerdieck, construído pela empresa de charutos que tem uma torre nesse formato, tem até um gradeado lembrando as cinzas. Se gostar de charutos, cigarrilhas e acessórios, há uma lojinha no térreo com excelentes produtos.

Edf Suerdieck, Salvador, Bahia

Ao norte temos dois prédios em estilo eclético, ornando a praça que tem uma escultura de J.J. Seabra, governador da Bahia duas vezes. O bairro do Comércio foi o primeiro do Brasil a ser construído e organizado como um centro negocial, por isso suas avenidas largas e bem divididas.

Com o calor de Salvador, nesse momento, provavelmente o visitante já estará com sede 🍺. Vamos então até o histórico restaurante Colón.

Restaurante Colón, desde 1914 no mesmíssimo lugar.

Desde 1914 está no mesmo lugar, atrás do prédio da Associação Comercial e do lindo Monumento Riachuelo, que divide a Av. Miguel Calmon ao meio. A escultura foi construída em homenagem aos heróis da Batalha de Riachuelo (1865), da Guerra do Paraguai.

Monumento Riachuelo em 1885. Fotografia de Rodolpho Frederico Francisco Lindemann

O Monumento Riachuelo orna a avenida e a fachada do prédio da Associação Comercial de Salvador e está na praça Conde dos Arcos. Antigamente, o mar chegava até aqui. O bairro do Comércio foi aterrado na década de 1930 para construir o Porto de Salvador.

Por falar em Porto. Toda a área do porto foi revitalizada em 2016 e é possível ver o forte de São Marcelo pelo blindex, infelizmente ele está fechado para visitação.

Por do Sol vendo do Forte de São Marcelo, Salvador, Bahia

O prédio que está atrás do monumento Riachuelo é o edifício da Associação Comercial de 1817, em estilo Neoclássico, está aberto à visitação e não custa nada.

Associação Comercial, Salvador, Bahia

É pequeno, mas vale a pena entrar, pois tem um quadro enorme de Portinari sobre a chegada da família real no Brasil. Na recepção há painéis interativos sobre a história do bairro e do prédio.

Próximo ao Colón, está outro cantinho massa do bairro do Comércio em Salvador, o Plano Inclinado Gonçalves. Um bondinho que desde 1889 liga a cidade baixa à cidade alta. Por apenas R$ 0,15 se chega até o Centro Histórico.

O elevado chega às portas do Museu do Carnaval.

Do Museu do Carnaval ao elevador Lacerda temos muitas atrações, a praça da Sé, a recém restaurada Catedral Basílica, a praça da Cruz caída e o lindo Palácio Rio Branco que abriga a câmara de vereadores de Salvador. Resista a essas atrações, melhor visitar com mais tempo no Centro Histórico. O Cidilan Silva do blog Se Pluga no mundo fez um roteiro show pelo Centro Histórico.

“Depois de descer, tinha que subir de novo para chegar à Praça da Sé. Por que a Praça da Sé? Não sei, sempre se vai à Praça da Sé. Embaixo, parou no botequim suco. “Me dá uma coalhada”. Coisa porca, coalhada: milhões de bichinhos no leite. Saiu do boteco e entrou por uma das ruazinhas altas, para a Praça da Sé. Uma entrada em desvão, inteiramente barroca e esculpida.” João Ubaldo Ribeiro, Setembro não tem sentido.

Dali seguiremos até o elevador Lacerda, grande ícone de Salvador.

Construído em 1873 pelo mesmo engenheiro que projetou a Torre Eiffel em Paris. Ele não é panorâmico, como muitos pensam, mas é muito útil para a população que sobe e desce diariamente ao custo de módicos R$ 0,15. A visão é sensacional dos dois lados do elevador e também no fundo do mesmo, uma pena que possui um vidro de proteção.

Vista do vidro do Elevador Lacerda, Salvador, Bahia

Ainda no bairro do Comércio em Salvador, está o mais conhecido prédio do bairro do Comércio, o Mercado Modelo. Pode parecer armadilha de turista, mas eu adoro o Mercado Modelo. Ao menos duas vezes por mês apareço lá para comer a mariscada do restaurante Camafeu de Oxossi, no primeiro andar. Para mim é a melhor de Salvador.

Mercado Modelo, Salvador, Bahia

É o meu lugar favorito para comprar panos pra casa, rendas, guardanapos, toalhas de mesa. Se tiver um bom olho e insistir no desconto, se consegue encontrar tesouro no meio de tanta bugiganga.

Ainda tem tempo e disposição? Pode seguir até o MAM, Museu de Arte Moderna, que fica a 500 metros do Mercado Modelo. Se vai a pé sugiro um pouco de atenção e deixar as fotos para o museu, pois a avenida às vezes está deserta.

Prainha do MAM, Salvador, Bahia

Chega o final do dia, o por do sol, momento em que a Baia de Todos os Santos nos brinda com um espetáculo de luzes e o sol de despede sob a ilha de Itaparica. Nesse momento, pode escolher o Mam ou brindar em algum dos restaurantes da redondezas. A Cyntia Campos do blog Fragata Surprise sugeriu outros lugares maravilhosos para ver a Baia de Todos os Santos.

Restaurante Lafayette, Bahia Marina, Salvador, Bahia

Tanto o restaurante Amado, como os que ficam na Bahia Marina, Soho e Laffayete estão praticamente debruçados sob o mar. Todos são um pouco caros, mas é possível apenas sentar na orla do MAM e apreciar a vista, de graça. Se for em um sábado, aproveita para ouvir um jazz, que já é tradição. A JAM no MAM.

Jazz no MAM, Salvador, Bahia

Nesse momento mágico e impossível não se apaixonar pelo meu cantinho favorito: o bairro do Comércio em Salvador.

Leitura de viagem para Salvador: João Ubaldo Ribeiro, “Setembro não tem sentido”.

Contaram sobre seus cantinhos favoritos em Salvador os blogs queridos:

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