**Este post faz parte da blogagem coletiva Viajando na Crise: Lugares/Atrações para se divertir sem gastar nada
Quando o coletivo pequenos grandes viajantes propôs um post sobre lugares para conhecer/passear “di grátis”, pensei logo em Atenas. Proponho para os menos favorecidos economicamente e bem dispostos fisicamente: Um dia em Atenas de graça.
Não porque ela seja uma cidade relativamente barata em relação ao resto da Europa (e é), nem pela crise que a Grécia vem passando desde os anos 2008 (e que ainda não acabou), mas por um motivo bem menos nobre… Conhecemos Atenas na última semana da nossa viagem que durou quase um mês e em que conhecemos Malta e o sul da Itália.
Então, fim de viagem, dinheiro curto, programas grátis.. Tudo a ver!
Fizemos este passeio no primeiro dia em Atenas, quando queríamos ter um panorama da cidade e faltava vontade e euros para pegar aquele ônibus de dois andares. As distâncias não são curtas, mas é um passeio bem agradável, entre jardins, bairros boêmios, avenidas com lojas interessantes, cafés e uma subida pela mata.
Começamos pelo Estádio Panathinaiko, também chamado de Kalimárcamo construído em 566 a.C e que foi reformado por Herodes Ático no Séc. II d.C. Herodes construiu diversos prédios maravilhosos em Atenas e alterou o formato do estádio, de pistas retas para tipo ferradura, além de substituir os bancos de madeira por mármore.
O estádio foi praticamente destruído pela ocupação otomana de quase 400 anos. No final do Séc. XIX foi reconstruído e sediou as primeiras olimpíadas modernas em 1896. A estátua de Georgios Averof se encontra à direita do estádio, por ter sido o financiador da grande reforma para que o estádio pudesse sediar estes jogos. Olha como era nas primeiras Olimpíadas modernas.
Também foi utilizado nas Olimpíadas de Atenas de 2004 e é a imagem que geralmente gravamos em nossas mentes. Esta estátua foi produzida por Konstantinos Dimitriadis e é um discóbolo, imagem de um homem no momento do lançamento do disco. Para quem pensa que as esculturas são meramente ilustrativas, na época da inauguração do estádio por Herodes Ático, os homem competiam nus. Sim, peladinhos (ôpaaaa!)
Para entrar no estádio Panathinaiko, o ingresso custa E$5,00, mas pelas fotos, acho que não perdemos grande coisa apenas apreciando do lado de fora. Se quiser ver mais detalhes o blog Por Aí Viagens fez um post mostrando as instalações.
Logo em frente ao estádio, está o Jardim Nacional, um lindo e enorme jardim que tem lago artificial, um prédio histórico, árvores frutíferas, esquilos, gatos e muita calma e tranquilidade.
Com entrada gratuita, o jardim cobre mais de 16 hectares e foi planejado pela rainha Amália em 1839, ficando até 1854 para uso exclusivo da família real.
O grandioso Zappeion está no parque e, com estilo neoclássico, impressiona tanto do lado de fora, quanto internamente.
Há diversos bancos virados para a fonte principal e para o prédio, um convite a ficar apreciando estas colunas perfeitamente dispostas ou então virar e ver a fonte e o jardim cuidado. Ao lado do Zappeion há um restaurante que me pareceu bem bonito e agradável.
No dia em que visitamos, estava acontecendo um evento no prédio, por isso não pude conhecer o interior completo, mas a entrada é magnífica. Os detalhes de pintura no teto, as colunas, os rebaixamentos decorados. Uma curiosidade histórica: foi no Zappeion que a Grécia assinou a sua entrada na Comunidade econômica européia.
O Zappeion foi fundado pelos irmãos Zappa, construído em 1888, e serve de centro de exposições, congressos e eventos em geral. Tive a sorte de ver a preparação para um evento de vestidos de noiva, já com os modelos distribuídos pelo salão de entrada.
Quando sai do prédio, já estava inspirada para romance. 😉
Saindo do Jardim Nacional, à esquerda, está o parlamento, onde, de hora em hora, os Evzones, guardas nacionais, fazem a troca em uma dança muito interessante. O monumento do Soldado Desconhecido ao fundo foi construído pelo arquiteto Emanuel Lazariris para homenagear os soldados que morreram nas diversas guerras que assolaram a Grécia e o mundo.
O traje tradicional dos guardas chama atenção especialmente pelos sapatos e pela saia que parece um kilt. Com o solado, eles fazem uma “dança” que lembra um sapateado. Para quem está achando que é só uma troca, rápida e sem emoção, está enganado, tem sapateado, gritos de guerra, coreografia de equilíbrio e muito mais.
Chegamos bem na hora em que ia começar e digo, é programa essencial em Atenas! No final, eles permitem uma selfie com a turista animadinha.
É uma apresentação de quase meia hora e acontece todos os dias de hora em hora. A troca oficial é no domingos às 11h e tem até banda marcial. Vimos apenas a não oficial e já é diferente de todas que tinha visto na vida.
Seguimos do Parlamento para o Monte Licavitós, Licabeto ou, como eu prefiro, Likavitus. Existe uma linha de ônibus (060) que leva até o funicular que dá acesso ao topo do monte, mas como este é um post de passeio grátis, conto como fizemos: a pé.
Passamos pela rua Seiken, viramos à direita para a rua Kanari e tomamos uma taça de vinho do Al Buon, um bistrô em frente à Sephora. Estas ruas estão coalhadas de lojas e o ambiente é lotado de gregos, homens engravatados e mulheres elegantes indo ou voltando do trabalho.
Subimos a pequenina rua Milioni e viramos à direita na Iraklitou, à esquerda na Skoufa, passando por lojas chiquérrimas como Ermenegildo Zegna e árvores com tangerinas azedíssimas. Se não acredita, prove.
Viramos à direita na Pindarou e então é só subir, degraus e ladeiras, até que na rua Xantippou à esquerda encontra um muro de pedra e uma escada. É aí que o monte começa.
Ok, não vou mentir que se soubesse o exercício físico que faria, teria pego o ônibus e o teleférico, mas… Ao chegar lá em cima, provei um pouco do que os esportistas sentem, o poder de ordenar e meu corpo obedecer lindamente. Além da vista que recompensa quase tudo.
Como chegamos um pouco mais cedo, cerca de 16h, passamos no restaurante, que fica ao lado da igreja, no topo do monte e pedimos um petisco com vinho. Quando o pôr do sol começou, nos juntamos aos outros que ali estavam e ficamos contemplando a acrópole do alto de 250m.
Do fundo do monte, onde está o restaurante, também tem uma bela vista. Conta a mitologia grega que a Deusa Atenas deixou cair o que seria a pedra fundadora da cidade e esta pedra é o Monte Likavitus.
Terminamos a noite no bairro de Plaka, caminhando pelas ruas antigas, de onde nasceu Atenas e pensando que um país que nos deu tantos filósofos, cientistas, literatos e o iogurte, só podia ser especial.
Outros programas grátis em Atenas, em dias específicos:
A principal atração de Atenas: a Acrópole, tem entrada grátis nos dias 06 de março, 18 de abril, 18 de maio, 5 de junho, no último final de semana de setembro, 28 de outubro e no último primeiro domingo dos meses de Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março.
Quer ler mais sobre passeios baratos? Metrô a atração mais barata da Rússia.
Outros blogs que participaram desta blogagem coletiva, um melhor que o outro: