Bate e volta à Modena na Itália

Roteiro de bate e volta à Modena, incluindo uma volta de Ferrari no autódromo e o casa museu Pavarotti.

Esse post faz parte da blogagem coletiva “Passeios Bate e Volta”. Participaram vários blogs com posts super interessantes, inclusive com viagens a duas cidades como trouxe o blog Chicas Lokas viagens que falou de Moeda e Belo Vale.

Também é possível fazer passeios bate e volta no Brasil, o blog Uma Senhora Viagem foi de Paraty a Cunha em São Paulo

Visitamos Modena a partir de Bolonha em um bate e volta que super indico. Partimos de Bolonha e voltamos para Florença.

Na Itália, assim como em quase toda Europa é possível se fazer passeios bate e volta já que as distâncias são curtas e com vários tipos de transporte público. O Viajante Móvel fez não apenas um mas cinco diferentes bate e volta de Veneza.

Modena é uma cidade com um centro histórico pequeno e atrações um pouco distantes, as mais importantes são o Museu Enri Ferrari, o Museu Ferrari e o Casa Museu Pavarotti.

Antiga como a maior parte das cidades italianas, tem sua praça tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade, mas nem é tão impressionante e pode frustrar quem parte de Florença, Veneza ou Roma.

De coração aberto e disposta a me perder em ruelinhas e ver vida local, topei esse bate e volta à Modena, mas antes um programa de gente fina e importante – dar uma voltinha de Ferrari e ir na casa de Pavarotti.

O que fazer em um bate e volta à Modena

Andar de Ferrari

Nas minhas pesquisas encontrei 3 formas comuns de andar de Ferrari em Modena: comprar uma, alugar em passeios particulares e dar uma voltinha no autódromo.

A primeira nos tentou, mas faltou um elemento – euros. 😁

Andar de Ferrari não é um programa barato, mas com planejamento e de forma segura, é possível. Digo segura porque muitos oferecem passeios particulares que não são registrados. Além disso, as estradas italianas têm limite de velocidade baixo, não são como as autobahns da Alemanha.
E como disse Fabio, o motorista da rodada, Ferrari não é somente um carro, é um carro de corrida.

Depois de ler a experiência do Café Viagem, reservei 5 voltas no autódromo de Modena. Custou E$ 779 e foi o presente de aniversário pro maridão. E ele amou! O preço é salgado eu sei, mas dirigir um carro de mais de R$ 1.200.000,00, com instrutor que também é piloto de corrida e a estrutura oferecida não tem como ser barato.
No autódromo a corrida acontece na pista principal. Reservei tudo pelo site do autódromo e quando chegamos bastou falar o nome e fazer o pagamento no cartão.

Há um vídeo demonstrativo e explicações básicas sobre segurança, freios, marchas e a física envolvida na direção em velocidade.
Um excelente capuccino e uma mesa de guloseimas, enquanto o instrutor esquenta os pneus da fera vermelha.

O som do motor me fez sentir em um safári, parece uma máquina indomável e certamente teria medo de dirigir. E ainda bem que não havia possibilidade, no carro de dois lugares apenas motorista e instrutor. As 5 voltas passam rápido como em qualquer brinquedo divertido, saio com a sensação de que o triplo disso seria suficiente…

Após a adrenalina digo: se tivesse um único dia em Modena e era exatamente isso que tinha, iria ao Museu Pavarotti.

Museu Pavarotti

Quantas vezes nos é ofertado imergir na vida de um gênio? Tocar os pedaços da vida privada de uma referência musical do Século XX?
Sim, na Casa Museu de Pavarotti podemos quase sentir o que seria a companhia do músico, ator, tenor, o melhor tenor de todos os tempos!

Pavarotti nasceu em Modena em 1935, para onde voltou no final da vida. O museu é a sua casa, com objetos tão pessoais que beiram a intimidade, quase podemos sentir o dia a dia naquela remota zona rural.

Logo ao chegar na casa, onde se compram os bilhetes está uma pequena lojinha. Adentramos pela sala principal e logo vemos o piano de calda e o smoking que ele usou em uma apresentação dos “Great Tenors”.
As fotos nas paredes e em cima do piano são de arrepiar, mas nem chegam próximo da emoção que me tomou quando o auto guia avisa que naquela cama, morreu Pavarotti aos 71 anos. Era o ano de 2007.

Tentando conter as lágrimas e fracassando imensamente, chego à sala onde estão as vestimentas de muitas de suas óperas. A escrivaninha em que se maquiava… Ao lado, os vários grammys que ganhou.

Quando pensamos que a visita finalizou, afinal passamos por todos os cômodos de uma casa comum –  com exceção honrosa ao elevador, porque ter um elevador dourado em casa não é algo que se possa nomear de comum – chegamos ao subsolo.

Lá estão as homenagens e presentes recebidos, além de um projetor passando um documentário sobre o projeto social “Pavarotti e Amigos” que levou milhões de euros para a proteção de civis atingidos pela guerra. Pavarotti era Mensageiro da Paz pela Organização das Nações Unidas.

E assim terminamos a visita com a impressão de que Pavarotti foi muito maior do que suas excentricidades, até maior do que seu timbre impecável, foi também um ser humano que marcou seu nome na história e influenciou de forma positiva a vida de muita gente. Inclusive a minha que passei a conhecer e gostar de ópera quando o vi na televisão, ainda uma pré adolescente.

Passear pelo centro histórico de Modena

Modena é uma cidade muito antiga, seu Duomo começou a ser construído em 1099. Dividida em três partes, possui uma linda rosácea do Século XII e uma capela dedicada a Santo Geminiano.

A Catedral é dividida em 03 naves, em estilo romântico e toda esculpida em mármore.

Também é possível subir na Torre Ghirlandina e ver as cores ocre, bege e rosa da cidade de Modena no horizonte. Não subimos pois o joelho não tem permitido, mas custa E$ 3,00 e tem 86m de altura.

Ao final do Duomo há um lindo painel de mosaicos de mármores, uma das grandes artes italianas.

Funciona de terça a domingo das 7h às 19h e às segundas das 7h às 12h30min e das 15h30min às 19h. Não há cobrança para entrar, apenas para o Museu, que custa R$4,00.

Dicas práticas para um bate e volta à  Modena

Como chegar em Modena

Pegamos um trem na estação central de Bolonha, comprando o bilhete na hora direto da maquineta. Custou E$ 3,85, o mesmo preço da volta para Bolonha. Os trens regionais são sempre mais baratos, ao mudar de região encarece, como na volta em que fomos a Florença saindo da Emília-Romana para a Toscana.

Como voltamos direto para Florença, deixamos as malas em um centro cultural que fica ao lado esquerdo da estação de Modena, após a saída. Há a possibilidade de deixar nos museus Ferrari, como contou o blog Roma para Você.
A estação estava em obras (abril/2019), então tivemos um pouco de dificuldade em localizar o guarda volumes improvisado. Um policial nos ajudou e por $20,00 deixamos as duas malas (achei caro, mas melhor do que transportar o trambolho para lá e para cá).

A dica é: sai da estação à esquerda, na rua Via Nicolò dell’Abate, ao terminar a estação há uma porta de blindex. Pode adentrar.

A volta foi um pouco mais complicada  pois fizemos uma baldeação na estação de Bolonha e seguimos para Florença, por mais E$29,00. Gastamos um total de E$ 36,70 nas passagens.

O mais caro foi se deslocar em Modena. Como o Museu Pavarotti e o autódromo ficam fora da cidade, gastamos E$ 20,00 euros em taxi até o autódromo e mais E$ 40,00 para o Museu Pavarotti e do Pavarotti ao centro de Modena. O ideal seria alugar um carro ou pesquisar uma forma mais em conta de transporte, já que uber não tem.

Há uma alternativa para quem está só é o Tour Ferrari e Pavarotti, custa E$ 48,00 com os ingressos incluídos.

O que fazer em Modena

As principais atrações de Modena são o Museu Ferrari, o Museu Enzo Ferrari, o Museu Pavarotti e o centro histórico tombado pela Unesco com a Praça Grande, a Praça Roma, o Palazzo Comunale e o bonito Duomo.

Para um bate e volta à Modena, pode ficar cansativo ir a todas essas atrações. Se você é um fanático pela Ferrari, o ideal seria dormir em Modena. Se não, pode conhecer apenas um dos dois museus para visitar. O blog Café Viagem conta a diferença entre os dois para facilitar a escolha 😉
Se quiser andar de Ferrari, melhor reservar antes pelo site do autódromo. Um experiência sem dúvida inesquecível.

Onde comer

Há diversos restaurantes no entorno da praça principal, escolhemos o xxx com mesas na calçada e ambiente informal. Bem em frente ao mercado histórico Albinelli, de 1931 uma boa opção mas que fecha às 14h30. O nome do restaurante é Mama Puglia e os pratos custam de E$ 8,00 a R$ 15,00.

É bom ficar atento, em Modena, como várias cidades do interior não apenas da Espanha, eles prezam uma siesta. Então é normal vários estabelecimentos fecharem das 14h às 16h, inclusive restaurantes. É estranho, mas é assim.

Para essa viagem à Itália li “Um amor incômodo” de Elena Ferrante. Para mais leituras de viagem, clique aqui. Quer ler mais sobre a Itália? Temos post sobre Roma, Florença, Veneza, Catânia