*Este post faz parte da blogagem coletiva Patrimônios da Unesco
A Unesco, Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, tem como objetivo promover a identificação, a proteção e a preservação do patrimônio cultural e natural de todo o mundo, considerado especialmente valioso para a humanidade. Os templos de Angkor no Camboja, foram incluídos nesta lista em 1992 e por merecer, pois são realmente um patrimônio da humanidade, que deve ser preservado para a posteridade.
Neste post falamos do mais conhecido e famoso – Angkor Wat.
Conhecemos os templos de Angkor em 03 dias inteiros, saindo cedo de Siem Reap e retornando no final da tarde e juro: faltou tempo.
O templo de Angkor Wat foi construído pelo império Khmer, que nasceu na Indochina entre os Séc. IX e XIII. Os poderosos imperadores Khmer construíram verdadeiros palácios, que lembram pirâmides ou montanhas, com objetivo de retratar o monte Meru, sagrado tanto para budistas como para hinduístas.
Estas duas religiões também estão muito presentes nos templos de Angkor, com relevos e imagens tanto de Buda como de Vishu e outros deuses hinduístas. O templo foi originalmente dedicado a Vishu, embora hoje seja o maior templo budista do mundo.
Logo na chegada a Angkor Wat impressiona a quantidade de água nas proximidades. O rio de Siem Rep nos acompanha durante todo o caminho. Os Khmer acreditavam que os espelhos d’água garantiam a fertilidade da terra, então criaram uma rede de canais em um complexo sistema, muito avançado para a época, Séc. XII.
Ao passar pela primeira entrada, uma espécie de prédio intermediário, há uma enorme e larga calçada com duas najas no início e em toda a balaustrada. Após passar pela segunda entrada, temos alguns prédios pequenos, locais mais calmos e muito bonitos, com uma visão privilegiada para as cinco torres de Angkor Wat.
Desde a entrada do templo, impressiona a quantidade de detalhes decorativos. Os relevos ora parecem tapeçaria, ora um livro de histórias. Outras vezes olhamos as esculturas com surpresa parecendo que vão soltar da parede e começar a dançar.
Foi o Imperador Suryavarman que ergueu Angkor Wat, onde possivelmente residia a sua corte. O nome inicial era Brah Bishnulok – “A sagrada morada de Vishu”, mas depois da conversão do império Khmer ao budismo por Jayavarman, passou a ser Angkor “cidade real” e Wat, que significa “mosteiro”, dedicado ao budismo. Por ser um templo, nunca foi abandonado como outros patrimônios mundiais, por ex. Machu Pichu.
Começamos pelas galerias térreas, onde estão milhares de relevos com as dançarinas celestes, as Apsaras, também chamadas de Devatas. Estima-se que existam entre 1500 a 2000 figuras destas em Angkor Wat e todas diferentes umas das outras.
Inspiradas nos rostos das princesas Khmer, elas tem posições delicadas, com as mãos e pés como se fossem dançar.
O ponto mais impactante das galerias térreas é um baixo relevo de mais de 600m de extensão e dois de altura, que retrata a mitologia de Vishu, suas batalhas, seres mitológicos, najas, elefantes, um verdadeiro livro que a imaginação tenta decifrar. Outros relevos retratam imagens do Rei Suryavarman II e do épico hindu Mahabhatara.
Alguns estão com tonalidades diferentes. Há duas teorias para isso: o contato das mãos dos turistas na pedra ou os resquícios da cobertura original, provavelmente um verniz ou laca.
Acredito que a primeira está mais certa, já que o colorido se destaca em partes específicas do corpo das esculturas ou nos seres mais admirados do baixo relevo.
Angkor Wat foi construído como uma pirâmide de quatro níveis, tendo a torre central mais de 60 metros de altura. Nós subimos nesta torre, após uma imensa fila de meia hora (com os locais tentando furar a fila e sempre conseguindo). É penoso ficar ao relento com um sol escaldante, mas vale a muito a pena. Recomendo subir logo ao chegar, pois quanto mais cedo menor a fila. *Fica a dica.
No topo da pirâmide estão as esculturas mais bem conservadas, acredito pela menor quantidade de turistas, que acessam a íngreme e difícil escada de madeira. Também no topo é possível ver a devoção dos budistas que frequentam o local, com as flores, tecidos laranjas, presentes e incensos.
De brinde, uma linda visão de todo o templo e do verde do entorno.
Foi no alto que percebi uma movimentação diferente ao fundo de Angkor Wat. Coloquei o zoom da câmara e constatei o que imaginava, mas não acreditava – Macacos! Muitos macacos! Claro que tinha que descer para ver de perto!
Sei que não se deve aproximar de bichos selvagens, principalmente quando estão com seus filhotes, mas eles estavam tão calmos, tão integrados ao ambiente, catando delicadamente os piolhos uns dos outros… que tive que passar uns bons minutos apreciando e tirando fotos!
Mas nem só de beleza e prosperidade viveu Angkor Wat. Em 1430, um rei tailandês, Paamaraja II, invadiu todo o vale e cercou a cidade por sete meses. Depois de tal investida, a cidade foi abandonada, embora nunca esquecida enquanto templo. Em 1925 foi criado o Parque Arqueológico de Angkor e iniciado o trabalho de recuperação e preservação.
E que maravilha que tenha sido assim, para que ainda hoje, mais de 900 anos depois de construído, possamos nos sentir extremamente gratos de poder conhecer tanta beleza e grandiosidade.
Dicas Práticas
⊕Como entrar⊕
Para conhecer os templos de Angkor é necessário comprar um passaporte. Existem três tipos: de um dia (U$20,00), três dias (U$ 40,00) ou uma semana (U$60,00). Como passamos quatro dias em Siem Reap e o último seria nossa renovação de votos (deu curiosidade?, contamos tudo aqui) compramos o passe de três dias.
Ainda assim, os templos de Angkor tem atração para uma semana de visitação intensa, então, se puder ficar mais, fique!
⊕Como Chegar⊕
Nós contratamos o tuktuk indicado pela pousada e acertamos direto com ele o valor dos passeios. No dia em que fomos para os templos mais distantes pagamos U$30,00, mas a média foi de U$15,00 (Angkor Wat), nos pegou de manhã e só deixava no final da tarde.
Achamos que valeu muito a pena, embora ele fosse bem calado e reservado (não é um guia), mas sempre prestativo e simpático – se ofereceu inclusive para tirar fotos e na renovação de votos ajudou a organizar a benção. O nome dele é Ravy e o email ravy00168@gmail.com
Algumas pessoas vão de bicicleta, mas acho bem arriscado, pois para chegar aos templos tem que passar pela rodovia. E é uma típica rodovia asiática, milhares de motos, tuk-tuk, ônibus, caminhão e pessoas…
⊕Onde Comer⊕
Ravy nos levou para um dos restaurantes próximos do templo. Todos estão no mesmo local, como uma grande praça de alimentação, com tendas móveis e muitos turistas. No início achamos que tinha tudo para dar errado, mas me enganei, a comida era deliciosa e, para variar, barata. Comemos no de número 27.
⊕Como se vestir e se portar⊕
Angkor Wat é sobretudo um templo. Então nada de short, camiseta ou saia curta. É educado e cortês vestir roupas compostas, especialmente as mulheres, pelo costume local. E acho que nem preciso dizer que não se deve tocar em nada ou subir em locais não permitidos, o que, além de um acidente, pode provocar um enorme prejuízo para toda a humanidade.
A emoção, o calor humano dos Cambojanos, o embasbacamento com a beleza natural e arquitetônica, o sentimento de gratidão e liberdade. Tudo isso é gratis e pode ser usado sem moderação em Angkor Wat, patrimônio de todos nós!
Participaram desta blogagem coletiva os ótimos e amigos blogs:
– Viajonários – Patrimônios Mundiais da UNESCO em Londres
– Lolepocket – Como explorar o melhor das ilhas gregas: um dia em Delos
– Foco no Mundo – Patrimônios da UNESCO para visitar no Brasil
– Destinos por onde andei… – Salvador, Patrimônio Mundial da Unesco
– Mariana Viaja – Conjunto da Pampulha, novo Patrimônio Mundial da Unesco
– Pegadas na Estrada – 15 Parques Nacionais Patrimônios da Unesco que você precisa conhecer –
– Família Viagem – Patrimônio Mundial da UNESCO: Estátua da Liberdade
-Viagens que Sonhamos – Pampulha, conhecendo o novo Patrimônio Mundial da Unesco –
– Pequeno Grande Mundo – Patrimônios Mundiais da UNESCO em Malta
– Mineiros na Estrada – O que ver e fazer em Machu Picchu
– Outro blog – Chapada dos Veadeiros | Alto Paraíso de Goiás
– Mochilão Barato – Missões Jesuítas no Paraguai
– Asas pra que te quero – Castelos da Inglaterra: a história da sombria Torre de Londres
– Vaneza com Z – Patrimônios da Humanidade em Portugal: Sintra e Porto
– Trilhas e Cantos – Patrimônios da Unesco no País de Gales: Castelos e Fortificações do Rei Eduardo I –
– Projeto 101 Países – Persépolis: a joia preciosa do Irã
– Volto Logo – 7 Patrimônios Culturais da UNESCO para conhecer na América Latina
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– Uma Senhora Viagem – Olinda, Linda Cidade, Lindo Patrimônio
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– E aí, Férias! – Ouro Preto, a cidade patrimônio cultural da UNESCO e ponto focal da Estrada Real
– Virando Gringa – Cidade Proibida – Patrimônio Mundial da Humanidade na China
– Tá indo pra onde? – Patrimônios da UNESCO na Alemanha
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– Destino Mundo Afora – Cinco patrimônios mundiais da Unesco para visitar no Brasil e Estados Unidos
44 Comentários
Catedral de São Basílio, a igreja mais bonita do mundo!!!
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Adriana Magalhães Alves de Melo
26 de agosto de 2016 em 14:20Ah, quando eu for para aquelas bandas, quero certamente conhecer. Parabéns pelo post
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:39Obrigadinha
Visitar a Cidade Proibida - Patrimônio da Humanidade na China
26 de agosto de 2016 em 15:03[…] -Viagens Invisíveis – Os inacreditáveis templos de Angkor, Camboja […]
Itamar Japa
26 de agosto de 2016 em 15:43Posso resumir todo meu sentimento em uma só palavra: SONHO!!!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:38Era e continua sendo o meu Japa! Agora quero voltar 😉
Katarina Holanda
26 de agosto de 2016 em 16:35Uaaaaau! Inacreditáveis mesmo! :O <3
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:38Obrigada Bjinhos!
Gê Azevedo - Mineiros na Estrada
26 de agosto de 2016 em 17:08Sonho com o Sudeste Asiático! Camboja é uma das minhas prioridades! Ótimo post!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:37Foi minha primeira viagem à Ásia e o Camboja foi o ponto alto! Obrigadinha
Fernanda - Blog Tá indo pra onde?
26 de agosto de 2016 em 17:42Lugar lindo! É o que eu mais quero conhecer na Ásia toda!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:36Bora? Me chama que tô dentro
Fernanda Carvalho
26 de agosto de 2016 em 18:10O Camboja é realmente encantador! Gostaria de ter tido mais dias por lá pra explorar os templos menos visitados.
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:36Eu tb!! Queria 10 dias rsrs
O que ver e fazer em Machu Picchu » Mineiros na estrada
26 de agosto de 2016 em 18:55[…] -Viagens Invisíveis – Os inacreditáveis templos de Angkor, Camboja […]
Melissa Lima
26 de agosto de 2016 em 23:25Que riqueza cultural ter a oportunidade de conhecer esse templo! E realmente fiquei espantada que se pode passar uma semana todinha desbravando ! Delícia de post, me deu uma super vontade de conhecer! Saludos!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:36Melissa, imagina as ruínas de Chichén Itza, Cobá, Mérida e Palenque juntas em um raio de 40km² e com todas as suas paredes decoradas dos mais requintados relevos. É mais ou menos isso… Saludos!
Dayana
26 de agosto de 2016 em 23:31Impressionantes os detalhes, os relevos e a riqueza desse lugar. Muito incrível e diverso da nossa realidade ocidental. Amei!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:32Foram os templos antigos com mais riqueza de detalhes que já conheci Dayana, merecem mesmo estar nos patrimônios da Unesco. Bjs
Gisele Prosdocimi
27 de agosto de 2016 em 00:38Lindo, lindo, que país surpreendente parece ser o Camboja, gostei muito do post.
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:31Sim Gisele, uma surpresa e tanto! Pelos costumes, templos e principalmente pessoas. Bjs
Laise
27 de agosto de 2016 em 07:17Tenho tantas saudades desse lugar!!!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:31Eu tb!! Camboja é amor!
Palácio de Versalhes. Patrimônio UNESCO com louvor. - Cantinho de Ná
27 de agosto de 2016 em 09:30[…] – Viagens Invisíveis – Os inacreditáveis templos de Angkor, Camboja […]
Cristiane
28 de agosto de 2016 em 15:12Gente, não bastante o lugar incrível, a energia, a paz… ainda tem macacos! Ameeei! Ja quero muito ir!
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:29Macacos fotogênicos rsrs Se for me chama que é capaz de ir de novo. Bjs
Mariana Bueno
28 de agosto de 2016 em 16:33Não basta ser um lugar lindo, ainda tem que ter macacos <3 pra ficar mais lindo ainda. Amei o post e as dicas, quem sabe um dia não vou também…
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:28Macacos <3 rsrsrs Todo lugar que tem bicho encontra um espaço maior no meu coração. Espero que vá e traga outras fotos desses fofos!
Murilo Pagani
28 de agosto de 2016 em 18:37Nossaaa, apesar de sempre ver as fotos dos templos não imaginei que levasse tanto tempo para conhece-los. hehehe
Muito bom saber disso!
Adorei o post!
Abraço
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:27Eu gosto de ver tudo em detalhes Murilo, então talvez o problema esteja em mim, rsrs. Já vi gente dizer que conheceu tudo em 2 dias, só se foi correndo rss. Abs
Lilian Azevedo
28 de agosto de 2016 em 23:40Nossa, que lugar incrível. A Ásia reserva lugares encantadores e com muita história. Muito legal !
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:26Lilian, tem um grupo no face chamado “Asia Vicia” e é isso mesmo! Esta foi minha primeira viagem a este continente e já tenho outra marcada pro final do ano. História, gastronomia e atrações inacreditáveis, a Asia tem tudo isso e mais um pouco. Bjinhos
Ana Zacchello
29 de agosto de 2016 em 11:54Esse é um dos lugares que mais sonho conhecer no mundo! A energia deste lugar deve ser incrível!
Adorei o post, recheado de informações e com dica até de restaurante! Abraços 🙂
viagensinvisiveis
29 de agosto de 2016 em 15:24Ana, também posso de dizer que foi um grande sonho de viagem que realizei! Espero que vc conheça em breve! Abs
Juliana
31 de agosto de 2016 em 15:40Muito massa!
A Europa é um destino tão procurado, mas a Ásia tem TANTA coisa que a gente nem imagina que existe!!!
Sem dúvida minha próxima viagem será Ásia, e seu post me ajudou a decidir isso 🙂
abraço
viagensinvisiveis
1 de setembro de 2016 em 22:08Que legal Juliana! Minha vontade de conhecer o Camboja também começou pelos textos de outros blogueiros, ainda bem que dei um empurrãozinho pra vc, pois é um lugar maravilhoso!
CARLA
7 de setembro de 2016 em 17:10Incrível o lugar e as histórias! Fiquei imaginando os macacos com os elefantes anões no passado…rs
viagensinvisiveis
11 de setembro de 2016 em 15:05Elefantes anões??? Esta é nova pra mim rsrs
Patrimônio Cultural da UNESCO | 7 destinos para sua viagem
2 de fevereiro de 2017 em 12:47[…] ⇒ Viagens Invisíveis – Os inacreditáveis templos de Angkor, Camboja […]
Abadia de Melk na Áustria, patrimônio mundial - Viagens Invisíveis
27 de julho de 2018 em 12:01[…] Estes posts podem interessar. Gosta de patrimônios da Unesco? Conhecemos os incríveis Templos de Angkor Watt no Camboja e são de cair o queixo. Os templos de Ranakpur na Índia e os Jardins de Suzhou na China […]