Conhecer a vinícolas em Carmelo é o grande motivo para visitar esta cidade, que possui uma promissora rota de vinhos. Conhecemos sete vinícolas familiares na pequena cidade, que recebem turistas, todas diferentes e muito charmosas.
♠Campotinto e La Concordia♠
A Campotinto é uma vinícola pequena e faz parte de um projeto que une pousada, restaurante, condomínio de vinhos e sua produção própria. Vale a pena reservar e conhecer Daniel Cis, o enólogo que trata da produção do Campotinto 2014, vinho que ganhou medalha de ouro entre os vinhos uruguaios pelo Vino Sub30.
Foi a menor propriedade que conhecemos, mas muito acolhedora e com excelentes explicações de Daniel. Para quem gosta do mundo do vinho, conversar com o enólogo responsável pela produção é realmente um privilégio!
Como chegar ♠ Fica a 1,5km do centro de Carmelo, na estrada dos Peregrinos. A entrada da adega fica bem em frente à Capela de São Roque, uma bonita construção de Carmelo.
Visitas ♠ A degustação ocorre de quarta a sábado, das 12h às 17h. As reservas podem ser feitas pelo e-mail info@campotinto.com ou no telefone (+598 4542 7744).
Pertinho da Campotinto está a Bodega Cordano, também conhecida como Armazém de la Capilla.
♠Cordano e Armazém de la Capilla♠
A cordano é uma vinícola pequena e antiga, que utiliza o antigo armazém para a venda de produtos feitos na região. O doce de leite e as balas de vinho tannat são imperdíveis. As balas lembram os cones de açúcar do interior da Bahia, deliciosas!
Toda a produção é manual e consumida principalmente na própria região. Inicialmente, a bodega trabalhou apenas com vinho de mesa, em 1855, seu precursor Don Angel Cordano veio da Itália com as primeiras cepas da uva Criolla.
Atualmente na quarta geração, conversamos com Diego Vecchio, divertido nas explicações e solícito no atendimento. Provamos um Moscatel rosé muito aromático e um Tannat rosé também interessante, mas gostamos mesmo do Tannat Reserva.
Como chegar ♠ É possível caminhar da Campotinto até a Cordano, na mesma estrada dos Peregrinos.
Visitas ♠ O armazém está aberto todos os dias das 11h às 20h. As reservas podem ser feitas pelo e-mail almacendelacapilla@adinet.com.uy ou no telefone (+598 099 544 255), porém serão bem recebidos mesmo sem reservas.
Ainda na mesma região está a El Legado.
♠El Legado♠
Como diz o nome, El Legado é uma vinícola boutique que foi herdada por Bernardo Marzurca de seu pai. Com as vinhas antes arrendadas para a Irurtia, Bernardo assumiu em 2005 e passou a tocar a produção própria, com métodos inovadores como o “cordão vertical livre” em que os vinhedos não ficam presos na horizontal por arames, como sempre vemos, mas crescem para os dois lados, sem amarrações.
Conversamos por mais de uma hora com o próprio Bernardo, que nos falou sobre seus projetos de aumentar a produção, sempre de forma a melhorar ainda mais a qualidade. O turismo deve continuar assim, intimista, para que se permita este contato mais real entre as pessoas. Gostamos muito dos dois vinhos que provamos, um Shiraz Reserva 2013 e o Tannat Reserva, também 2013. A vinícola produz apenas estas duas cepas.
Ouvir um pouco Bernardo falar de seus projetos me fascinou bastante, pois exatamente o que achei de mais incrível em Carmelo foi a possibilidade de conhecer pessoas, saber de suas aspirações pessoais e para os seus vinhos. Bernardo planeja construir alguns quartos para que os turistas possam partilhar ainda mais desta experiência e ampliar a visitação.
A prova dos vinhos foi acompanhada de uma enorme tábua de produtos regionais, queijos e frios, que custa U$25,00. Também é possível reservar para almoço, por U$50,00, com um churrasco de carnes uruguaias. No final da degustação, com o auxílio de uma pipeta, Bernardo nos permitiu provar direto da barrica um vinho ainda em maturação, o que foi uma experiência inesquecível. Difícil foi só voltar de bicicleta, depois de tantas provas de vinho 🙂
Como chegar ♠ Ainda seguindo pela Estrada dos Peregrinos, é possível ir de bicicleta até a El Legado, que dista 3,0km.
Visitas ♠ É imprescindível reservar a visita ou pelo e-mail bodegalegado@adinet.com.uy ou no telefone (+098 307193-099111493). Há também a página do Facebook – https://www.facebook.com/ellegadobodegaboutique
♠Irurtia♠
A Irurtia é uma bodega com 103 anos, com cepas varietais que vieram nos anos 1968 direto da França. O pai é originário da cidade de Pamplona, na Espanha e chegou a Carmelo para trabalhar na pedreira que fica ao fundo da propriedade. Hoje a vinícola trabalha com quase todas as cepas francesas, produzindo até 100 mil garrafas de vinho fino.
Fomos recebidos por Maria Irurtia, uma simpatia de pessoa, que nos levou por toda a propriedade, inclusive na cava subterrânea, onde fizemos a prova de vinhos. Há dois tipos de degustações, dependendo da quantidade de exemplares vinhos que se deseje provar. A gulosa aqui provou todos, rsrs. Meu favorito foi o Km 0 Gran Reserva.
Há um café na entrada da vinícola, em que é possível provar doces e comprar lembranças, como canecas com o emblema de Carmelo, ímãs e outras coisinhas muito charmosas. Comprei uma caneca com “Eu estive em Carmelo”, faltou o complemento: “E deixei meu coração lá” ♥
Como chegar ♠ Na Ruta 21, está a entrada para a Irurtia. É possível ir de bicicleta, mas precisa cruzar a rodovia.
Visitas ♠ A Irurtia tem visitações diárias, das 10h às 19h. Para reservar é possível pelo telefone (+598 99 692 545) ou e-mail turismo@irurtia.com.uy e marianoelirurtia@gmail.com Preços de U$8,00 dólares (1 vinho) a U$32,00 com toda a linha de vinhos.
♠Narbona♠
A Narbona talvez seja a mais famosa vinícola da região, por ter investido em um turismo de luxo com apoio do resort Hyatt Carmelo. Possui uma pousada boutique e um restaurante muito bem recomendado. A visita ocorre às 13h e é importante reservar na alta estação, pela grande procura.
A primeira produção própria foi no ano de 2010, antes trabalhavam em parceria com a Irurtia. A visita com degustação custa U$50,00 por pessoa com queijos e prova de 3 vinhos. Não fizemos a degustação e preferimos provar o vinho em taça no restaurante, em uma média de U$12,00 a taça, bem servida em quantidade. Provei o Pinot Noir e achei interessante. A vinícola também trabalha com Tannat, Petit Verdot, Viognier e Syrah.
No fundo do restaurante há um armazém em que se vende produtos feitos na própria vinícola e na região, como temperos, geleias, queijos e outros.
Do bagaço da uva, no alambique se produz uma cachaça, a grapa, que também é vendida no local.
Tudo na Narbona me pareceu bonito e bem cuidado, com muito profissionalismo tanto no restaurante como na vinícola, além de ter ser uma das maiores que visitamos em Carmelo. Também foi a mais cara, tanto no restaurante como na degustação e no preço dos vinhos.
Como chegar ♠ Na Ruta 21, em direção ao norte.
Visitas ♠ Há visitas diárias e as reservas podem ser feitas pelo telefone (+598) 4540 4160 ou por e-mail: reservas@narbona.com.uy
♠Casa Chic e Bodega Buena Vista♠
A bodega Buena Vista faz parte do complexo que inclui a pousada Casa Chic e a produção do azeite de oliva Buena Vista. Não existem visitas com degustação na baixa estação, então somente pudemos conhecer o local com a atenção de Sérgio, que participa da produção e nos recebeu. A origem da vinícola data dos anos 70, quando o empresário argentino Federico Bonomi comprou a antiga propriedade.
A vinícola tem vista para o rio da Prata, assim como a pousada Casa Chic, hospedagem de luxo, onde pudemos provar três exemplares excelentes da produção. O meu favorito foi o Tannat Reserva 2009.
Como chegar ♠ Na Ruta 21, em direção a Punta Gorda.
Visitas ♠ As visitas regulares ocorrem apenas na alta temporada, O restaurante da Casa Chic está aberto ao público todos os dias de 20h as 23hrs y 12:00/12:30, mediante reserva no e-mail: Atencionalcliente@casa-chic.com e info@buenavista.com.uy Telefone (+598) 99007446
♠Los Cerros de San Juan ♠
Na estrada que liga Carmelo a Colônia do Sacramento está a Cerros de San Juan, estância histórica com vários prédios em ruínas e outros em funcionamento. Após a cancela, passamos por uma enorme plantação de milho, cilos de grãos, manadas de bois, cavalos e só depois de alguns quilômetros vimos os vinhedos.
Marcelo nos atendeu e apresentou a bodega mais antiga do Uruguai, de 1854, começando a produção de vinhos em 1867/69. Dois povoados de desenvolveram em volta do vinhedo, até que parte da fazenda foi vendida a uma família espanhola.
A vinícola se tornou Patrimônio Histórico do Uruguai em 2004, o que explica o excelente estado de suas instalações. Hoje vivem cerca de 1200 pessoas na localidade, onde se produz mel, azeite de oliva, além dos vinhos. Se hoje o povoado é considerado pequeno, fico imaginando como seria o local em seu auge.
Desde 2013 se produz um vinho com 5 variedades de uvas, Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Tannat, Merlot e Tempranilho e os vinhos brancos com as cepas Riesiling, Salvignon Blanc e Chardonnay. Nos impressionou muito o Mil Botellas, vinho feito com 30% de Tannat, 30% de Cabernet Sauvignon , 30% de Merlot, 5% de Tempranillo y 5% de Pinot Noir. Tantas uvas e um impressionante equilíbrio.
Um ponto imperdível do lugar é a visita ao antigo escritório subterrâneo que abriga uma “biblioteca” dos vinhos produzidos pela Cerros de San Juan ao longo destes mais de 160 anos. Marcelo organizou este espaço, que hoje é um atrativo.
Como chegar ♠ Ruta 21, km 213,5. Está a 33km de Colonia e 45 km de Carmelo.
Visitas ♠ As visitas ocorrem de quinta a terça das de 11hs às 17hs e devem ser reservadas no e-mail info@loscerrosdesanjuan.com.uy ou no telefone +598) 2481 72 00 (Sra. Silvia). Para a visita sem degustação, o valor é de U$10,00. As degustações com tábua de queijos e frios variam de U$20,00 a U$50,00, dependendo da linha de vinhos para provar.
Que tal conhecer as vinícolas em Carmelo, Uruguai?
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27 Comentários
RICARDO MACHADO
29 de agosto de 2016 em 20:30podem me enviar catálogo ?
viagensinvisiveis
30 de agosto de 2016 em 21:02Olá Ricardo, não vi catálogo turístico por lá, então não tenho para te enviar.
Abs
Carmelo no Uruguai - perfeita para o slow travel - Malas e Panelas
22 de dezembro de 2016 em 21:31[…] Alexandra do Café Viagem fez a degustação na Narbona, a Nivea do Viagens Invisíveis fez certo, ficou mais tempo por lá e conheceu todas as vinícolas e a Jamile do Viver Uruguay […]
Luciana
21 de janeiro de 2017 em 19:36Se tivesse que escolher apenas uma, qual seria?
viagensinvisiveis
23 de janeiro de 2017 em 07:13Pergunta difícil Luciana, mas eu iria na Campotinto para o almoço e tentaria esticar na Cordano, que fica em frente!
Liana
21 de fevereiro de 2017 em 10:23Olá
Amei o post de vcs…
so fiquei com uma duvida, em quantos dias visitaram todas as vinicolas?
Qual foi o “roteiro” de vcs?!
Estou indo essa semana e montar esse roteiro das vinicolas está dificil.. rs
Obrigada 🙂
viagensinvisiveis
26 de março de 2017 em 21:35Desculpe Liana, estávamos viajando e sem internet quando vc enviou a mensagem e não deu para retornar a tempo. Nosso roteiro foi. 1º dia Campotino e Cordano, 2º Dia Casa Chic, Narbona, Irurtia e El Legado, 3º Dia Cerros de San Juan no caminho para Colônia do Sacramento. Abs
Fábio Gayoso
24 de março de 2017 em 10:04Ola Pessoal do viagensinvisiveis!
As Vinicolas sao proximas uma da outra??? é necessario carro para visita -las? é possível visita las de bicicleta??
Um abraço!
viagensinvisiveis
26 de março de 2017 em 21:37Prezado Fabio, são relativamente próximas, mas só aconselho bicicleta para a Casa Chic e Narbona se a pessoa for cuidadosa e sem medo, pois tem que passar pela rodovia. A Cerros de San Juan não dá para ir de bicicleta, ao menos para pessoas menos experientes. Abs
Thiara
30 de maio de 2017 em 15:48Olá, eu consigo alugar bicicleta em Carmelo? Pode indicar um local?
viagensinvisiveis
30 de maio de 2017 em 22:20Olá Thiara, nós utilizamos as fornecidas gratuitamente pela pousada Campotinto, mas vi no google que há sim aluguel de bikes no centro de Carmelo, como a https://carmeloalquilerdebicicletas.wordpress.com/acerca-de/
Boa viagem!
FRANCISCO MENDONÇA
24 de maio de 2017 em 21:10Excelente post! Estive em Carmelo visitando algumas vinícolas e passei batido em algumas que vcs apresentaram. Texto muito bom, fotos que nos levam ao local. Serviço 10!
viagensinvisiveis
30 de maio de 2017 em 22:20Obrigada 🙂
Marília
20 de junho de 2017 em 21:10Adorei a postagem! É cobrado para apenas degustar os vinhos?
viagensinvisiveis
25 de junho de 2017 em 17:04Depende, algumas, como a Narbona, cobra a visita sem degustação. Outras, como a Irurtia e Cerros de San Juan, visita com degustação e algumas que não cobram a visita e não há uma degustação estabelecida (se paga o vinho por taça) como a Casa Chic. 🙂
Bruna Baptista
2 de julho de 2017 em 11:00Olá! Adorei seu post. Tenho uma dúvida: como vc fazia pra se locomover de vinícola a vinícola? Ia de carro? Táxi?
viagensinvisiveis
3 de julho de 2017 em 20:32Ficamos hospedados na Campotinto e fomos à Cordano e El Legado à pé e de bicicleta (fornecida pela Campotinto). Contratamos um motorista/taxi para as demais.
Cristiano
14 de novembro de 2017 em 13:49Ola, adorei as portagens, estarei viajando pelo Uruguai em janeiro e passarei duas noites em Colônia do Sacramento, dedicando um dia para passar em Carmelo. O que é mais interessante e o que da para fazer em um dia? grande abraço!
viagensinvisiveis
24 de novembro de 2017 em 21:39Olá Cristiano, eu começaria pela vinícola Los Cerros de San Juan que fica na estrada entre Colônia e Carmelo, depois escolheria entre a Irurtia e Narbona. Pararia para almoçar na Campotinto, tomar uma garapa na Cordano e, se desse tempo, visitar a El Legado. Abs
Lilian
23 de fevereiro de 2018 em 12:27Percebi que colocou os preços em dólar eles aceitam o peso uruguaio também?
viagensinvisiveis
26 de fevereiro de 2018 em 21:38Aceitam sim Lilian, lá mesmo eles convertem. Abs
Rodrigo
14 de março de 2018 em 10:25Olá! Gostei muito dos posts, inclusive vou me hospedar na Campotinto via Booking em Novembro.
Você sabe me informar se eles aceitam o pagamento das diárias em dólares? Ou preciso converter?
Vocês recomendariam o pic-nic na Narbona ou na Campotinto? Obrigado
viagensinvisiveis
20 de março de 2018 em 21:35Quando estivemos lá, aceitavam em dólar, mas o ideal seria enviar um e-mail perguntando. Eu recomendaria o pic-nic na Campotinto, o achei o campo mais bonito que da Narbona 😉
Julio Cesar
6 de maio de 2018 em 20:04Olá,
Excelente postagem sobre essa região e suas vinícolas. Uma dúvida, para ir de Colônia del Sacramento para visitar as vinícolas, tem algum meio de transporte (ônibus, vans, etc) ou somente alugando um carro para o relocamento ? Ficando duas noites em Colônia compensaria dedicar um dia para visitar algumas vinícolas ou seria corrido ?
Muito Obrigado
viagensinvisiveis
7 de maio de 2018 em 19:18Olá Julio, nós fomos de ônibus, como narramos aqui https://www.viagensinvisiveis.com.br/carmelo-uruguai.html e voltamos de táxi. Acho que de carro dá para aproveitar mais, o problema é só escolher o motorista da rodada, rsrs. Abs
Gabriel
30 de junho de 2018 em 20:34Ola!! Sensacionais seus posts de Carmelo, vou com minha esposa agora no final do ano e meu roteiro será 99,9% baseado no seus posts, show!! So fiquei com uma duvida, vcs foram de carro para a vincula Cerros de San Juan, correto? Gostaria de vistar esta vinicula, porem não estou vendo uma outra alternativa a não ser ir de carro. O ônibus que vai para colonia passa perto? Ou exite alguma agencia que poderia oferecer este passeio la em Carmelo? Eu a principio não queria alugar um carro e usufruir mais de bike pela cidade e as viniculas. Muito Obrigado!
viagensinvisiveis
5 de julho de 2018 em 20:48Olá Gabriel, espero que suas experiências sejam tão ou mais legais do que as minhas! Olha, o acesso é realmente mais difícil, pois a distância é grande para fazer de bike, a não ser que a pessoa tenha costume de longas distâncias. O ônibus passa na entrada principal, mas ainda existem alguns quilômetros até o local de visitação. Não é impossível, mas teria que combinar bem o horário para alguém da vinícola pegar vcs no portão principal. Espero que dê certo!
Nós não alugamos carro, pegamos um taxi para voltar a Colônia e incluímos a Cerros no trajeto. Abs